Estados Unidos

Deputados americanos tentam derrubar líder do FMI. Entre os motivos, citam China e até Bolsonaro

Parlamentares republicanos iniciaram ofensiva com uma carta à secretária do Tesouro, Janet Yellen, pedindo a substituição de Kristalina Georgieva, apoiada pela Europa para segundo mandato

Kristalina Georgieva durante evento do G20 em São Paulo Kristalina Georgieva durante evento do G20 em São Paulo  - Foto: Nelson Almeida/AFP

Um grupo de republicanos da Câmara dos Representantes está exigindo que os Estados Unidos usem sua influência para substituir a diretora do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, devido à suposta má administração, citando relatos de violações éticas e incapacidade de responsabilizar a China por suas práticas de empréstimo e câmbio.

O Presidente do Comitê de Serviços Financeiros da Câmara, Patrick McHenry, e os parlamentares French Hill e Blaine Luetkemeyer enviaram uma carta nesta quinta-feira à secretária do Tesouro, Janet Yellen, pedindo que ela busque um substituto para a Diretora-gerente do Fundo.

"Pedimos que identifique uma nova liderança que permita que o fundo cumpra sua missão com integridade e com a total confiança do Congresso", disseram os legisladores. "O mandato de Georgieva no Banco Mundial e no FMI foi marcado por lapsos éticos" que "lançam dúvidas sobre suas qualidades de liderança e sua capacidade de dirigir o Fundo", disseram eles.

O Tesouro e o FMI não comentaram as informações.

A carta chega em um momento em que o apoio na Europa está crescendo para que Georgieva cumpra um segundo mandato. Os ministros das finanças da União Europeia, no início desta semana, deram seu apoio unânime a um segundo mandato de cinco anos, um desenvolvimento importante, já que os principais governos europeus, por tradição, escolhem o chefe do FMI. A seleção deve ser aprovada pela diretoria, onde os EUA têm o maior voto.

Na carta, os legisladores citaram que o FMI estava avaliando a possibilidade de substituir Georgieva em outubro de 2021, depois que uma investigação alegou que ela influenciou indevidamente uma classificação do clima de negócios da China compilada pelo Banco Mundial, onde ela havia trabalhado anteriormente. Georgieva negou as alegações.

Eles também escreveram que o FMI, sob o comando de Georgieva, "tem faltado com a ação quando se trata de responsabilizar a China pelas normas internacionais sobre transparência da dívida e gestão da taxa de câmbio".

A carta também faz referência a uma reportagem da Bloomberg News de 2021 sobre funcionários do FMI que suavizaram um alerta sobre os riscos ambientais para a economia do Brasil depois que o governo do então presidente Jair Bolsonaro se opôs à linguagem. Na época, o FMI disse que a decisão fazia parte de seu processo normal.

Os representantes também citaram um artigo do Wall Street Journal de 2022 que criticava seu tempo no Banco Mundial, alegando que ela ignorou preocupações sobre má conduta sexual de um alto funcionário. Georgieva respondeu na época que não havia provas suficientes para levar o assunto adiante.

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