Economia

Desaceleração da China vai frear crescimento na Ásia, alerta FMI

No segundo trimestre, o PIB da segunda maior economia do mundo desacelerou, avançando apenas 0,4% em relação ao ano anterior

Teste de Covid em Beijing, na ChinaTeste de Covid em Beijing, na China - Foto: Noel Celis/AFP

O Fundo Monetário Internacional (FMI) revisou fortemente para baixo as previsões de crescimento deste ano para a região da Ásia-Pacífico devido à desaceleração econômica "brutal e incomum" na China.

O crescimento mundial já está ameaçado pela guerra na Ucrânia e pela inflação. Neste contexto, o FMI alertou no início do mês para um risco de recessão em muitos países desenvolvidos para o próximo ano.

Embora a Ásia-Pacífico seja "um ponto relativamente luminoso" em comparação com outras regiões, vários choques na economia mundial pesaram na recuperação pós-pandemia, constatou o FMI em suas perspectivas econômicas regionais nesta sexta-feira (28).

Além disso, a região enfrenta agora "a desaceleração brutal e incomum na China" que até agora tinha sido a locomotiva do crescimento, indica a instituição de Washington.

Por isso, o FMI prevê um crescimento de 4% este ano na região, uma revisão para baixo de 0,9 ponto em relação às últimas projeções de julho. Também reduz sua previsão para 2023 de 5,1% para 4,3%.

O Fundo prevê crescimento de 3,2% este ano para o gigante asiático, após os 8,1% registrados em 2021. Se confirmado, seria o pior dado em quatro décadas, excluindo o período de Covid-19.

"A forte recuperação econômica da Ásia no início do ano está perdendo força", disse Krishna Srinivasan, representante do FMI na Ásia-Pacífico.

Repercussão em todo o continente
A culpa se deve em parte à turbulência econômica na China, que permanece inflexível sobre sua política de zero covid quase três anos após os primeiros casos de coronavírus surgirem na cidade central de Wuhan.

Essa estratégia, que envolve confinamentos e fechamentos de empresas repentinos, penaliza a atividade e os deslocamentos e pesa no consumo das famílias.

No segundo trimestre, o PIB da segunda maior economia do mundo desacelerou, avançando apenas 0,4% em relação ao ano anterior, seu pior desempenho desde 2020. No terceiro trimestre conseguiu se recuperar até crescer 3,9%, segundo dados publicados na segunda-feira (24).

Apesar de seus impactos econômicos, o presidente Xi Jinping insistiu em suas razões para continuar com essa política, que contrasta com a maioria dos países, onde as autoridades suspenderam as restrições e optaram por conviver com o vírus.

As consequências das medidas sanitárias se somam a uma crise sem precedentes no setor imobiliário, motor histórico de crescimento da China.

Esta indústria, que juntamente com a construção representa um quarto do PIB nacional, encontra-se em dificuldades devido às medidas adotadas por Pequim em 2020 para reduzir a sua dívida.

As vendas imobiliárias estão recuando em muitas cidades após anos de crescimento vertiginoso, e muitos promotores lutam para sobreviver, já que alguns proprietários se recusam a pagar suas hipotecas de casas inacabadas.

"A desaceleração terá repercussões importantes em outras partes da Ásia devido aos vínculos comerciais e financeiros" do continente com a China, alerta o FMI.

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