Logo Folha de Pernambuco

Economia

Desempenho da América Latina frustra mercado

FMI estima que o PIB da região vai cair 0,6% este ano, resultado pior do que os 0,5% previstos em abril

Paulo Câmara discursa durante rodada do Pernambuco em Ação, nesta sexta (14), em PetrolinaPaulo Câmara discursa durante rodada do Pernambuco em Ação, nesta sexta (14), em Petrolina - Foto: Ivaldo Régis/Divulgação

 

O desempenho econômico dos países da América Latina tem frustrado expectativas de analistas de consultorias, bancos e instituições multilaterais como o Fundo Monetário Internacional (FMI). Inflação elevada, rombos nas contas do Governo, crescimento fraco nos Estados Unidos e queda nos preços de algumas commodities importantes são alguns dos fatores que ajudam a explicar as seguidas revisões para baixo nas projeções para a região.
Há duas semanas, o FMI rebaixou as estimativas que tinha feito em abril para algumas das maiores economias latino-americanas. No caso da Argentina e da Venezuela, as projeções mudaram de contrações de -1% e -8% para, respectivamente, -1,7% e -10%.
As previsões de crescimento da Colômbia e do México foram reduzidas de 2,5% e 2,4% para 2,2% e 2,1%, respectivamente. Com isso, o menor pessimismo do Fundo com o Brasil - maior economia da região - não foi suficiente para evitar uma queda na projeção do desempenho da América Latina e do Caribe como um todo neste ano.
A instituição espera que o Produto Interno Bruto (PIB) da região caia 0,6% neste ano, resultado pior do que os 0,5% previstos em abril. No mesmo período, a estimativa para o Brasil mudou de uma contração de 3,8% para 3,3%.
Consultorias internacionais como a britânica Economist Intelligence Unit também se tornaram mais cautelosas. 'Nossas projeções para a América Latina têm piorado ao longo do ano", diz Robert Wood, analista-chefe da consultoria para a região.
Segundo Wood, a combinação entre preços mais baixos de commodities e redução no ritmo de crescimento da China tem se refletido negativamente nos países latino-americanos desde 2014.
Embora os valores de alguns produtos básicos tenham registrado modesta recuperação neste ano, os de outras commodities importantes para a região, como metais e petróleo, continuaram em queda. Isso tem prejudicado países como Colômbia, Chile e Venezuela.
"Esse cenário de preços mais baixos das commodities é desafiador para a região", afirma o economista Luka Barbosa, do Itaú Unibanco.
Um indicador calculado pelo banco para tentar antever resultados imprevistos ficou em -0,18 em setembro, mostrando que as projeções de analistas para vários dados que medem o desempenho da economia dos maiores países latino-americanos ficaram abaixo do esperado.
O resto do mundo também enfrenta desafios para voltar a crescer mais expressivos desde a crise global de 2008. E frustrações em relação ao desempenho ¬principalmente das nações desenvolvidas¬ têm sido rotineiras.
A situação se agravou com a mudança no modelo de crescimento da China, que vem levando a uma moderação das altas taxas de expansão registradas pelo país asiático no passado recente. Em geral, a frustração dos analistas em 2016 tem sido mais forte com a América Latina do que outras regiões consideradas em desenvolvimento.

 

Veja também

Benefícios sociais foram os que mais sofreram alterações no pacote fiscal
BPC

Benefícios sociais foram os que mais sofreram alterações no pacote fiscal

EUA: juros dos Treasuries voltam a subir com receio de inflação e debate sobre teto da dívida
JUROS

EUA: juros dos Treasuries voltam a subir com receio de inflação e debate sobre teto da dívida

Newsletter