Desemprego bate novo recorde e chega a 14,6% no 3º trimestre no País
A taxa de desemprego no trimestre encerrado em setembro atingiu o patamar recorde de 14,6%, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta sexta (27). É a maior marca da série histórica da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua, que calcula a desocupação oficial do país e teve início em 2012.
Em termos absolutos, são 14,1 milhões de pessoas em busca de uma vaga de trabalho. Em comparação com o segundo trimestre, houve um aumento de 1,3 milhão de pessoas nessa categoria.
A alta representa um aumento de 10,2% frente ao trimestre anterior e de 12,6% em relação mesmo trimestre de 2019, quando 12,5 milhões declararam estar em busca de colocação.
Setembro também foi o primeiro mês em que o novo valor do auxílio emergencial, reduzido para R$ 300, começou a vigorar. Em agosto, segundo especialistas, a proximidade do fim do benefício já pressionava a taxa de desemprego no país.
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O mercado de trabalho sofre o baque dos efeitos da pandemia de Covid-19 que eclodiu em março no Brasil. As medidas adotadas para evitar a disseminação da doença impuseram o fechamento de comércio e serviços, setores que mais empregam na economia brasileira.
O pagamento do auxílio emergencial, destinado sobretudo a trabalhadores informais que perderam sua fonte de renda no período, também ajudou a segurar a pressão sobre as vagas.
Com a reabertura da economia nos últimos meses e a redução do benefício, aumenta a procura por postos de trabalho, o que faz a taxa de desemprego subir.
O IBGE só considera desempregado quem está em busca de uma ocupação.
Desemprego em Pernambuco chega a 18,8% e iguala pior média histórica
Com 18,8% de desocupação no 3º trimestre de 2020, Pernambuco igualou a pior média histórica, registrada no 2º trimestre de 2017.
O levantamento mostra que houve um aumento de 3,8 pontos percentuais em comparação ao trimestre anterior (abril, maio e junho), quando a taxa no Estado era de 15%.
Os índices consideram a população na força de trabalho com 14 anos ou mais de idade.
No recorte nacional, Pernambuco aparece em quinto lugar entre os estados do País. À frente estão Bahia (20,7%), Sergipe (20,3%), Alagoas (20,0%) e Rio de Janeiro (19,1%). A média nacional é de 14,6%. No trimestre anterior, o Estado era a nona unidade da federação com maior índice de desemprego.
Ao todo, dez estados apresentaram alta no desemprego - Pernambuco teve o segundo maior crescimento percentual, empatado com o Amapá, com 3,8 pontos percentuais cada. Apenas a Paraíba, com 4 pontos percentuais supera nesse recorte.
Segundo o IBGE, 684 mil pessoas de 14 anos ou mais procuraram emprego no Estado entre julho, agosto e setembro, mas não encontraram. Os meses da pesquisa são quando as medidas de distanciamento social da pandemia de Covid-19 começaram a ser flexibilizadas.
No 2º trimestre de 2020, eram 533 mil pessoas na mesma situação, o que equivale a uma variação de 28,3%. Ao todo, 151 mil postos de trabalho que deixaram de ser ocupados.
“O aumento na taxa de desocupação tem dois componentes que devem ser considerados. Um deles é o contingente da força de trabalho que estava ocupado no trimestre anterior e perdeu seu posto. O outro é a parcela da população que já estava desocupada, mas não buscou ocupação por conta da pandemia”, avalia a gerente de planejamento e gestão do IBGE em Pernambuco, Fernanda Estelita.
"Com a retomada das atividades econômicas, esses trabalhadores se sentiram estimulados a buscar novas oportunidades no mercado", completou a gerente.