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Desemprego em Pernambuco é o segundo maior do País

Taxa de 14,1% foi divulgada ontem pelo IBGE. Média nacional foi de 8,8%

Carteira de TrabalhoCarteira de Trabalho - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Pernambuco teve a segunda maior taxa de desemprego do Brasil, com 14,1%, no primeiro trimestre deste ano, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua divulgada ontem (18) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O percentual de Pernambuco fica abaixo apenas da Bahia, com 14,4%. No Brasil, o desemprego ficou em 8,8%.

O resultado de Pernambuco representa uma queda de 2,9 pontos percentuais em relação ao mesmo período do ano anterior.  Em relação ao último trimestre de 2022, o desemprego no Estado teve uma alta de 1,8 ponto percentual.

Em números absolutos, a população desocupada, estimada em 601 mil pessoas teve uma queda de 123 mil pessoas ou uma retração de 17% em relação ao primeiro trimestre de 2022.

Por outro lado, a população ocupada no Estado foi estimada em 3,6 milhões de pessoas um aumento 137 mil. Isso significa 3,9% a mais que no primeiro trimestre do ano passado, mas em relação ao trimestre anterior não houve nenhuma variação significativa. Do total dos ocupados, 48,9% atuam na informalidade

De acordo com o IBGE, o rendimento médio mensal do trabalhador pernambucano teve uma alta de 12,3% de janeiro a março deste ano em relação ao primeiros três meses de 2022, sendo estimado em R$ 2.053,00. Em relação ao trimestre anterior, não houve variação estatisticamente significativa.

Efeito sazonal
Para o coordenador do Núcleo de Economia da Federação das Indústrias de Pernambuco (Fiepe), Cezar Andrade, o aumento na taxa nos três primeiros meses se dá por causa da sazonalidade de janeiro.  Segundo ele, no final do ano há um crescimento das ocupações por conta dos empregos temporários gerados para atender as demandas de dezembro.

Mas, passado esse período, a maioria das pessoas não é contratada e volta a procurar emprego. Andrade ressalta ainda que há uma melhoria em algumas variáveis macroeconômicas e uma delas é a inflação. “Se a inflação cair, a população volta a consumir mais e, com isso, o comércio vende mais e gera empregos. Por isso que a gente teve essa movimentação de ter menos desocupados na média do início deste ano do que na média de 2022 completo”, explicou.

Dados preocupantes
“O avanço do desemprego é danoso principalmente para as pessoas de renda mais baixa porque elas não terão uma rápida inserção no mercado de trabalho. Mais de meio milhão de desempregados é um dado preocupante. Há um avanço pós-pandemia, o que é mais danoso. As pessoas estão tentando se realocar no mercado e é necessário alguma política para ajudar nisso”, diz o economista da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Pernambuco (Fecomércio-PE) Rafael Lima.

O economista explicou que o aumento da ocupação em relação ao início de 2022 ocorreu por conta do avanço no setor de serviços, que, ainda de acordo com ele, voltou a crescer e é um dos que mais empregam no Brasil.

“Aquelas pessoas que estavam desalentadas no final do ano vão procurar emprego, e isso vai provocar um aumento na desocupação. Já as que já estavam procurando e se profissionalizando vão conseguir, devido a alguma externalidade positiva no mercado”, complementou Lima. 

Números do Brasil
A PNAD Contínua do IBGE mostrou ainda que taxa de desocupação do País no primeiro trimestre de 2023 foi de 8,8% - um aumento de 0,9 ponto percentual em relação quarto trimestre de 2022. Na comparação como o mesmo período de 2022, a taxa caiu  2,4 pontos percentuais.

 No comparativo com os últimos três meses do ano passado, a taxa de desocupação aumentou em um total de 16 das 27 Unidades da Federação, mantendo-se estável nas outras 11. Além da Bahia e de Pernambuco, a lista dos estados com maior desemprego inclui o Amapá, com 12,2%; e Rio Grande do Norte com 12,1%. 

Em contrapartida, os estados com as menores taxas  foram Rondônia, 3,2%; Santa Catarina, 3,8%; e Mato Grosso, 4,5%. 

Na análise por gênero, a desocupação ficou em 7,2% para os homens e 10,8% para as mulheres no primeiro trimestre de 2023. Já a taxa de desocupação por cor ou raça ficou abaixo da média nacional para os brancos, 6,8%; e acima dela entre os pretos, 11,3%; e pardos, 10,1%. 

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