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Mercado de trabalho

Desigualdade de gênero no mercado de trabalho é maior do que se pensava, afirma OIT

A OIT afirmou ter desenvolvido um novo indicador que mede melhor a taxa de desemprego

Carteira de trabalhoCarteira de trabalho - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

As mulheres enfrentam mais dificuldades no acesso ao mundo do trabalho do que se pensava anteriormente, e a diferença de salários e condições permaneceu quase inalterada nas últimas duas décadas, alertou a Organização Internacional do Trabalho (OIT) nesta segunda-feira (6).

A OIT afirmou ter desenvolvido um novo indicador que mede melhor a taxa de desemprego e detecta todas as pessoas sem emprego à procura de alguma atividade.

Isso projeta "um panorama muito mais sombrio da situação das mulheres no mundo do trabalho do que a taxa de desemprego mais comumente usada", disse esta agência da ONU em um comunicado, a dois dias do Dia Internacional da Mulher.

"Os novos dados mostram que as mulheres continuam tendo muito mais dificuldades para encontrar trabalho do que os homens", disse a agência.

Segundo dados da OIT, 15% das mulheres em idade ativa no mundo gostariam de ter um emprego, mas não têm, contra 10,5% dos homens.

"Essa desigualdade de gênero permaneceu praticamente inalterada por duas décadas", observou a organização.

Em contraste, as taxas oficiais de desemprego para homens e mulheres são muito parecidas.

Isso se deve, segundo a OIT, ao fato de que os critérios usados para determinar se alguém deve ser considerado oficialmente desempregado tendem a excluir de forma desproporcional as mulheres.

De acordo com o relatório, as responsabilidades pessoais e familiares, incluindo o trabalho de cuidado não remunerado, afetam desproporcionalmente as mulheres.

Esse tipo de atividade impede as mulheres de trabalhar, procurar emprego ativamente ou estar disponíveis com pouca antecedência.

"A brecha (de gênero) no trabalho é especialmente grave nos países em desenvolvimento, onde a proporção de mulheres que não conseguem encontrar um emprego chega a 24,9% nos países de baixa renda", disse a agência.

O acesso ao emprego não é o único problema. A OIT observou que as mulheres tendem a estar super-representadas em alguns empregos vulneráveis, inclusive em negócios familiares.

"Essa vulnerabilidade, junto a índices de emprego mais baixos, tem impacto sobre as rendas das mulheres", disse a agência.

A OIT concluiu que "a nível mundial, para cada dólar de renda do trabalho ganho pelos homens, as mulheres ganham apenas 51 centavos".

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