Logo Folha de Pernambuco

Reformas

Desoneração da folha tem que ser discutida na reforma tributária, diz secretário do Tesouro

O governo apresentou na terça-feira (21) a primeira fase da reforma tributária do Executivo, limitada à unificação de Pis e Cofins

Secretário do Tesouro Nacional, Bruno FunchalSecretário do Tesouro Nacional, Bruno Funchal - Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

Em meio às negociações em torno do veto presidencial que barra a desoneração para setores da economia a partir do ano que vem, o secretário do Tesouro, Bruno Funchal, afirmou nesta quarta-feira (22) que o debate sobre esse tema tem de ser feito dentro da reforma tributária e com ampla abrangência.

No início de julho, o presidente Jair Bolsonaro sancionou lei com regras trabalhistas, mas vetou o trecho que prorroga até o fim de 2021 a desoneração da folha de pagamentos, que hoje vale para 17 setores da economia. Sob o argumento de que o veto vai ampliar o desemprego no pós-pandemia, parlamentares e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), articulam para derrubar a decisão do presidente e manter o benefício.

Até o momento, o governo não formalizou uma contraproposta para evitar a derrubada do veto e insiste no argumento de que a prorrogação é inconstitucional. "A desoneração da folha é um pilar da reforma tributária, vai ser discutida em contexto mais amplo e isonômico. Mas, para isso, temos que avançar na reforma tributária", disse Funchal em videoconferência nesta quarta.

O governo apresentou na terça-feira (21) a primeira fase da reforma tributária do Executivo, limitada à unificação de Pis e Cofins. A proposta de desoneração ampla, segundo a Receita Federal, será a quarta última etapa a ser enviada ao Congresso, ainda sem previsão de data.

"O ministro Paulo Guedes sempre menciona que é um ponto importante que precisa ser discutido, mas precisa estar dentro do debate da reforma tributária", ressaltou Funchal. Ele não mencionou como está a articulação do governo especificamente em relação ao veto.

Na videoconferência, o secretário afirmou ainda que não há como criar novos programas sociais no país sem que o efeito seja aumento de tributos e alta nos juros. Por isso, segundo ele, é preciso focalizar programas existentes hoje. "O Renda Brasil tem que ser discutido com profundidade e calma. É uma politica que demanda recursos, a gente tem o comando constitucional do teto de gastos. O ponto é se aprofundar na análise de como melhorar a qualidade do gasto, como remanejar as despesas", disse.

Em relação à ampliação de repasses federais ao Fundeb aprovada pela Câmara, Funchal disse que, embora esses recursos não gerem impacto no teto de gastos, essas despesas continuam existindo. Ele defendeu que é necessário debater qual será a fonte dessa verba nova.

Veja também

Petróleo sobe por riscos geopolíticos vinculados ao conflito na Ucrânia
Petróleo

Petróleo sobe por riscos geopolíticos vinculados ao conflito na Ucrânia

Transição energética não pode ser mais mitigada como no passado, diz Wilson Ferreira Jr.
DESCARBONIZAÇÃO

Transição energética não pode ser mais mitigada como no passado, diz Wilson Ferreira Jr.

Newsletter