Logo Folha de Pernambuco

Dia das Crianças

O impacto da pandemia no Dia das Crianças

Pesquisa revela que 61,5% dos entrevistados não têm intenção de comemorar a data

Dia das Crianças / A produtora e ativista cultural Raquel Alves, acompanhada de seu filho, Caetano, e Pedro D'RenorDia das Crianças / A produtora e ativista cultural Raquel Alves, acompanhada de seu filho, Caetano, e Pedro D'Renor - Foto: Arquivo pessoal

A comemoração do Dia das Crianças deste ano deve ser impactada pela pandemia do coronavírus. Queda na renda, inflação e limitações devido ao isolamento social são alguns dos fatores apontados pela pesquisa realizada pelo Instituto Fecomércio-PE em parceria com o Sebrae. Os resultados apontam que 61,5% dos entrevistados não têm intenção de comemorar o dia 12 de outubro.

Apesar de um cenário econômico positivo em comparação ao primeiro semestre, com uma melhora no nível de endividamento e o acesso ao crédito, a baixa intenção de comemorar a data surpreende o economista da Fecomércio-PE, Rafael Ramos. “Entre os fatores determinantes para evitar gastos com comemoração, estão a redução no valor do auxílio emergencial, a queda na renda e a inflação em alimentação e bebidas, o que acaba impondo restrições orçamentárias às famílias mais pobres”, comenta.

A pesquisa revelou que dentre os que irão comemorar a data (38,5%), a preocupação com a pandemia desincentiva o consumo de serviços. Desses, 40,5% vão se limitar a compra de presentes e só 17,8% devem procurar atividades recreativas. 

A estudante de medicina e mãe de Bernardo, Bianca Veras, comenta que prefere investir o dinheiro proporcionando uma experiência para o filho ao invés de comprar um presente. “Quero levá-lo para algum lugar ao ar livre, algum parque. É importante nesse momento de pandemia sair um pouco do apartamento. Também planejo cozinhar algo que ele goste e comprar algum lanche especial, mostrar que a família realmente se preocupa com os gostos e preferências dele nesse dia”. 

Dentre os que não irão comemorar, 20,2% alegaram estar sem dinheiro, 18,2% apontam limitações devido ao isolamento social, 14,2% afirmam que os preços dos produtos estão muito altos, 7,5% estão desempregados e 6,5% endividados. “Acho que a pandemia vai impactar muito nas comemorações. Muitas famílias estão com os gastos reduzidos e com outras prioridades, sem espaço para um gasto supérfluo como um presente”, avalia Bianca.

A produtora e ativista cultural, Raquel Alves, mãe de Caetano, lamenta que o isolamento social impacte na comemoração da data. “Normalmente levamos ele para algum local em que ele possa socializar com outras crianças, em algum parque ou na praia. Mas com a pandemia vamos comemorar na casa de uma amiga que tem um filho recém-nascido”. Com relação a compra de presentes, Raquel acredita que a data é muito voltada ao capital. “Vou comprar coisas que ele já estava precisando e aproveitar a data para presenteá-lo. Pretendo gastar cerca de R$100 a R$150”.

A pesquisa também apontou que as vendas no comércio de rua estão à frente, com 50% dos entrevistados com preferência nas lojas físicas, seguidos dos shoppings centers (34,9%) e o e-commerce (14%). A pesquisa foi realizada digitalmente com 557 participantes da Região Metropolitana do Recife e foi feita através do aplicativo Cittamobi, entre os dias 25 e 29 de setembro.

Fique atento
O Procon PE orienta que os pais fiquem atentos aos preços, procedência, faixa etária e validade dos produtos. É importante que a compra seja feita no mercado formal para garantir segurança e saúde das crianças. Além disso, o órgão alerta para que os familiares abram e testem os produtos nas lojas, evitando problemas com uma troca futura.

Veja também

Petrobras anuncia volta ao setor de etanol
NEGÓCIOS

Petrobras anuncia volta ao setor de etanol

Cerca de 30 mil candidatos negros voltam a disputar vagas no CNU
CONCURSO PÚBLICO

Cerca de 30 mil candidatos negros voltam a disputar vagas no CNU

Newsletter