Dia do Campo promove palestras sobre cultivo de cana-de-açúcar na destilaria Tabu
Nesta quarta-feira (10), acontece o evento "Dia do Campo na Destilaria Tabu", no município de Caaporã, no litoral da Paraíba
O investimento em tecnologias e inovações pode levar ainda mais evolução ao setor da cana-de-açúcar. Esse foi um tema discutido no encontro chamado “Dia do Campo”, que ocorreu durante a manhã de ontem na Destilaria Tabu, no município de Caaporã, na Paraíba.
O evento contou com participação de profissionais da área para abordar o cultivo da cana na região onde está localizada a destilaria e também trocar ideias sobre as soluções nutricionais para a plantação. Essas discussões ocorreram através de várias palestras.
O avanço da região Nordeste no cultivo foi destaque no evento. “Precisamos investir em inovação, novas tecnologias para competir com a região do Centro-Sul. O Nordeste já esteve muito distante da tecnologia do Centro-Sul, mas agora a região está lançando mão de tecnologia e novos produtos para reduzir custos e aumentar a produtividade”, registrou Luiz Sales, diretor operacional da Destilaria Tabu.
Uma das tecnologias apresentadas foi a de microorganismos na agricultura. “Existem várias inovações, como o caso da utilização de microorganismos na agricultura, o que estimula o desenvolvimento e potencial genético da planta”, contou o professor da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Emídio Cantídio.
Caso da Tabu
Um dos cases discutidos durante o evento foi o da própria destilaria Tabu. Há pouquíssimo tempo, até 2018, a região da plantação da cana na Tabu era tudo água. O solo passou quase 20 anos abandonado e hoje quebrou paradigmas. A área apresentou resultado de produtividade acima de 140 toneladas por hectare.
“Na Tabu, encontrei ambiente fértil para meu trabalho. Fizemos uma área experimental que teve êxito. Acertei muito neste negócio aqui e neste evento quis divulgar para as pessoas esse resultado, levando o máximo de informações para todos”, complementou Luiz Sales.
O diretor agrícola do Grupo EQM, Heleno Barros, esteve presente no encontro e destacou a importância de dividir esse panorama. “É um evento importante porque elimina alguns desafios que nós encontramos em operações. Ouvimos sobre o uso da área de várzea, que estava inundada e hoje tem produtividade. Isso surte efeitos positivos para demais unidades, para desenvolver o canavial com o mínimo de problemas”, ressaltou Barros.
Estiveram presentes no evento também os representantes do Grupo EQM, Paulo Julio, diretor comercial do Grupo EQM, e Jorge Dutra, gerente agrícola da usina Cucaú, localizada em Rio Formoso, Zona da Mata Sul de Pernambuco.
O presidente do Sindicato da Indústria de Fabricação do Álcool no Estado da Paraíba (Sindalcool), Edmundo Barbosa, destacou a evolução da Tabu. “O pacote tecnológico que a gente observa hoje supera as décadas anteriores. Hoje a gente observa uma superação de limitações. Conheci essa área em 1973, era uma área abandonada. A empresa que se implantou passou a ter ações de oferecimento nas áreas de plantio”, disse Barbosa.
Em parceria com a Terra Tecnologia Agrícola e Ubyfol, a destilaria Tabu estruturou o evento com três palestras: uma de Luiz Sales, outra de Emídio Cantídio e a última de Danilo Ferreira, gerente regional da Ubyfol.
Leia também
• Presidente da Alepe visita Sindaçúcar/PE
• Cana-de-açúcar, romance, prosa e poesia
• Pernambuco bate recorde em valor de produção agrícola puxado por cana-de-açúcar
Tecnologia e a produção da cana-de-açúcar
No Nordeste, é necessário o investimento em novas tecnologias para aumentar o desenvolvimento e a produção da cana-de-açúcar. Mesmo superando as décadas anteriores, ainda é preciso avançar ainda mais na busca por inovações e profissionalização na área.
De acordo com Luiz Sales, no Nordeste, os desafios são maiores por conta do clima e do relevo. Para ele, é importante investir em irrigação e novas tecnologias para aumentar ainda mais a produção.
"As condições climáticas do Nordeste geram um grande desafio, são secas cíclicas. Além disso, existe a dificuldade com a condição de relevo. Se você vai para a Mata Sul de Pernambuco e para a Zona Norte de Alagoas, o relevo é extremamente movimentado e isso dificulta muito as ações, aumenta os custos e a gente perde competitividade.", destacou.
Empregos gerados e a profissionalização
Na Destilaria Tabu, a maior importância econômica fica por conta da produção de combustível limpo, que acaba gerando mão de obra. Cerca de 2.000 empregos diretos foram fomentados na empresa. Com os empregos indiretos, esse número chega a 10.000 pessoas contratadas.
“A empresa tem um papel social e nós não podemos abrir mão das novas tecnologias como as colheitas mecanizadas, mas vamos fazer o possível para formar talentos e que essas pessoas que cortam cana hoje, amanhã possam ser operadores de máquinas, gerando renda e emprego para a região”, acrescentou Luiz Sales.
Apesar da necessidade de inovação e de avanço das novas tecnologias, os riscos também devem ser analisados e vistos de forma criteriosa.
“O que me chama mais atenção é a evolução da profissionalização nessa área. Existe a inovação, mas existe também uma análise criteriosa de todos os desafios e todos os riscos a serem enfrentados”, pontuou o presidente executivo do Sindalcool na Paraíba, Edmundo Barbosa.
Encontros são fundamentais
De acordo com o professor Emídio Oliveira, é importante que os profissionais técnicos sempre se reúnam para uma melhor tomada de decisão.
“Nós passamos dois anos de afastamento devido à pandemia e quando o setor técnico se junta, a troca de experiência fica mais precisa e tem uma qualidade melhor. É sempre importante e necessária a discussão técnica para buscar o objetivo que é aumentar a produtividade. Diferentes pessoas pensam, somam e a coisa acontece”, explicou o professor.