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Banco Central

Direção do PT quer convocação de Campos Neto para explicar juros ao Congresso

Reunião do diretório nacional do partido ainda quer revisão da venda de Eletrobras e da política de paridade de preço da Petrobras

Presidente do Banco Central, Roberto Campos NetoPresidente do Banco Central, Roberto Campos Neto - Foto: Raphael Ribeiro/BCB

O diretório nacional do PT aprovou uma resolução em que orienta as suas bancadas a convocarem o presidente do Banco Central, Roberto Campos Netos, para dar explicações ao Congresso Nacional sobre a taxa de juros no Brasil. A sigla também defende a revisão da meta de inflação. O tema foi debatido em reunião nesta segunda-feira (13).

Achamos exagerados os juros que temos. Achamos importante rediscutir a meta da inflação. Tiramos um posicionamento do PT de convocar o presidente do Banco Central para fazer explicações ao Congresso Nacional. Afinal, ele está indo no Roda Viva, vai em outras TVs. É importante também que ele vá ao Congresso Nacional, que é a casa representativa do povo brasileiro. Essa é a nossa posição hoje explicou a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann ao deixar o encontro realizado nesta segunda-feira.

Gleisi ainda argumentou que mesmo com a autonomia do Banco Central e com o mandato de Campos Neto, que vai até 2024, “ninguém é imexível”, e que o PT quer ouvir explicações sobre os juros altos:

Queremos que o Banco Central possa explicar o que está acontecendo, tentar justificar, o que eu acho que é injustificável, e com certeza ter sensibilidade para mudar a sua posição. Nós queremos ter crescimento e emprego no Brasil, não recessão.

Há dúvidas técnicas se Campos Neto pode ser convocado (quando é obrigado a ir ao Congresso) ou apenas convidado para comparecer ao Congresso. Petistas dizem que, independentemente do instrumento, o importante é que o presidente do BC seja ouvido pelos parlamentares.

Além dos juros, os petistas discutiram outros temas, como crescimento, mudanças no Imposto de Renda e geração de emprego, além da revisão das metas de inflação, que serão discutidas em reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN) nesta quinta-feira.

O governo discute a revisão da meta de inflação deste ano, de 3,25%, e dos próximos dois anos, de 3%.

Não chegamos a discutir (a meta de inflação), mas estamos pedindo a revisão. É um absurdo ter meta de inflação de 3,25% e 3% (para 2023 e 2024, respectivamente). A maioria dos países está com a inflação acima da inflação brasileira e tem juros negativos. Por que o Brasil está na contramão? disse.

Outros pontos considerados cruciais e que foram debatidos no encontro dizem respeito à Eletrobras e preço de combustíveis. Gleisi afirmou que a "retomada" da Eletrobras, privatizada no ano passado, é importante para o Estado brasileiro porque a empresa é considerada um instrumento de desenvolvimento. Ela não detalhou o que constará na resolução, além da retomada do comando para o Estado.

Os petistas também pedirão a revisão da política de paridade de preços da Petrobras, que mantém um alinhamento dos preços no mercado doméstico ao valor do petróleo no mercado externo.

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