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BRASIL

Diretor do BC vê cenário de atividade externa resiliente e política monetária mais heterogênea

O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de vários países, de acordo com ele, está relativamente estável

Diogo Guillen, diretor de política econômica do Banco Central (BC). Diogo Guillen, diretor de política econômica do Banco Central (BC).  - Foto: Raphael Ribeiro/BCB

O diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen, avaliou que o cenário tem mostrado bastante resiliência da atividade externa. Ele fez a afirmação durante live promovida pela Bradesco Asset sobre os potenciais impactos da política monetária na conjuntura macroeconômica de 2025. A conversa é conduzida pelo economista-chefe da instituição financeira, Marcelo Toledo.

"Talvez uma das principais características do cenário externo tem sido a resiliência da atividade", afirmou Guillen.

O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de vários países, de acordo com ele, está relativamente estável, apesar de uma política monetária que se mostrou contracionista e que agora sofre cortes. "É um cenário bem resiliente de crescimento do PIB "

Sobre o mercado de trabalho nos Estados Unidos, a questão, conforme o diretor, é se o ajuste vai se dar via oferta ou via demanda. Por enquanto, de acordo com ele, o cenário é bem benigno no mercado de trabalho nos Estados Unidos.

"Claro, fica o debate sobre qual é a velocidade desse ajuste no mercado de trabalho: se vai trazer a desinflação que se almeja, mas bem benigno", considerou.

Guillen voltou a comentar sobre o processo de desinflação em dois estágios no mundo. O primeiro momento seria o de uma diminuição "mais barata", que não precisa de tanta abertura de hiato. A partir de 2022, de acordo com ele, em vários países houve um processo de normalização de cadeias, com os preços administrados mais baixos, e aí um segundo estágio que é mais resiliente.

"Nesse segundo estágio e com a resiliência da inflação, começa também a ter maior diferenciação entre países. Eu acho que a gente está nesse processo de política monetária mais heterogênea, seja no ritmo com que vai se dar essa queda de juros ou até uma interrupção na queda de juros, no nosso caso, um ciclo de uma política monetária distinta em função dos elementos idiossincráticos", comentou.

O diretor salientou que o cenário global, que era marcado por um choque correlacionado e que era ligado à pandemia de covid-19, agora mostra a prevalência das respostas dadas e da atuação da política monetária. Olhando para a política monetária, há um processo de corte de juros em vários países, mas não no caso brasileiro.

"No caso do Brasil, a expectativa, por exemplo, de juros para 2025 é acima do que foi o pico desde a covid, que acho que é um debate que a gente vai ter aqui sobre esse ciclo de elevação de juros", considerou.

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