Diretora-gerente do FMI afirma que a incerteza tarifária pode afetar o crescimento global
No entanto, Kristalina Georgieva disse não esperar uma recessão nos EUA
A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional ( FMI) disse que a incerteza em torno das ameaças tarifárias do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pode prejudicar a atividade econômica global.
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"Quanto mais cedo houver mais clareza, melhor", disse Kristalina Georgieva em entrevista à Reuters nesta segunda-feira.
"Porque a incerteza — nossas pesquisas mostram — quanto mais ela durar, mais poderá impactar negativamente o crescimento."
O FMI está vendo sinais nos dados recentes de que a confiança do consumidor e dos investidores está enfraquecendo "e sabemos que isso se traduz em impactos nas perspectivas de crescimento", afirmou Georgieva.
Esses sinais ainda não são "dramáticos", mas podem ser suficientes para desencadear uma "pequena correção" para baixo na previsão de crescimento global do FMI, que foi estimada em 3,3% para este ano, em janeiro.
O FMI, que publicará novas previsões globais final de abril, disse ainda que não espera uma recessão nos Estados Unidos.
“Não vemos uma recessão no horizonte”, disse Georgieva sobre a ameaça de tarifas ameaçadas pelo presidente dos EUA, Donald Trump.
Dados revisados divulgados na quinta-feira mostraram que a economia se expandiu no quarto trimestre em 2,4%, mais rápido do que o estimado anteriormente.
De modo geral, os analistas estão prevendo um crescimento mais lento dos EUA este ano, já que os consumidores e as empresas estão abalados pela guerra comercial de Trump.
De forma mais ampla, Georgieva alertou que muitos países não têm capacidade para absorver mais choques, devido às tensões fiscais após a pandemia e a invasão da Ucrânia pela Rússia.
A inflação mais alta devido a restrições comerciais pode manter as taxas de juros elevadas, desafiando países com altos níveis de dívida que precisam refinanciar.
Trump desencadeou uma ampla gama de ameaças tarifárias, com algumas já implementadas para os principais parceiros comerciais Canadá, México e China, e outras devem ser anunciadas na quarta-feira. Sua administração também visou produtos, incluindo automóveis e metais industriais.