Dirigente do BCE vê direção dos juros clara e possibilidade de nível neutro até o inverno
Assim como outras autoridades do BCE, Rehn destacou preocupações com o crescimento econômico da zona do euro
A direção dos juros na zona do euro é "clara", tendo em vista as perspectivas de inflação e o crescimento econômico fraco do bloco, afirmou o dirigente do Banco Central Europeu (BCE), Olli Rehn, em discurso preparado para evento.
"Estamos nos movendo de um nível restritivo para neutro e devemos alcançá-lo entre a primavera ou o inverno do Hemisfério Norte. Isso significa a qualquer momento entre janeiro e junho", apontou.
Também presidente do BC da Finlândia, Rehn ponderou que ritmo e a escala dos cortes de juros na zona do euro dependerão de dados, particularmente de três variáveis: tendência de inflação, dinâmicas do núcleo da inflação e a força de transmissão monetária.
Leia também
• Economista do BCE diz que é preciso evitar estimar rapidez e escala dos cortes de juros
• Bolsas da Europa fecham na maioria em alta, com perspectivas de relaxamento monetário no radar
• Europa está "pronta para reagir" em caso de tensões comerciais com EUA, segundo embaixadora
"Se dados e atualização das projeções reforçarem o cenário atual, podemos continuar os cortes de juros na reunião de dezembro", afirmou,
Assim como outras autoridades do BCE, Rehn destacou preocupações com o crescimento econômico da zona do euro, observando que há indícios de enfraquecimento da atividade no quarto trimestre deste ano. O dirigente apontou ainda que a indústria europeia segue fraca e "sem sinais de recuperação".
Rehn prevê que o crescimento deve se recuperar nos próximos anos, embora em ritmo modesto, conforme o banco central reduza as taxas de juros e a inflação volte para a meta de 2% de modo sustentável em 2025. "Tivemos sucesso em domar a inflação, que caiu rapidamente para perto da nossa meta, mas com crescimento econômico ainda positivo e o mercado de trabalho em bom estado", disse.
O dirigente também revelou que o BCE voltou a discutir a retomada de comunicação preditiva, com orientações futuras sobre decisões monetárias. "Mas, nas condições atuais de ampla incerteza e informações incompletas, não vale a pena tentar forçar previsões", afirmou.