Disney vai cortar 7 mil empregos e reduzir custos em US$ 5,5 bilhões
Segundo o CEO Bob Iger, cerca de US$ 1 bilhão da economia prevista já está em andamento
O CEO da Walt Disney, Bob Iger, anunciou nesta quarta-feira (8) um plano de reestruturação na maior companhia de entretenimento do mundo, incluindo um corte de 7 mil empregos e US$ 5,5 bilhões em redução de custos.
As reduções incluem menores gastos com programação e US$ 2,5 bilhões em cortes não relacionados a conteúdo. Cerca de US$ 1 bilhão da economia prevista já está em andamento, disse Iger em uma teleconferência com investidores na quarta-feira.
Como parte da mudança, o CEO da Disney também anunciou que a empresa será reorganizada em três divisões: uma unidade de entretenimento, que inclui seus principais negócios de TV e cinema, as redes esportivas ESPN e a unidade de parques temáticos, que inclui navios de cruzeiro e produtos.
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A reorganização visa melhorar as margens de lucro, disse Iger, e representa sua terceira grande transformação do negócio após os esforços para fortalecer suas franquias de filmes por meio de aquisições, além do desenvolvimento de seus negócios on-line.
Iger, que voltou à liderança da empresa em novembro, após a demissão de seu sucessor Bob Chapek, tem sofrido pressão para melhorar os resultados. O investidor ativista Nelson Peltz está buscando um assento no conselho na reunião anual de 3 de abril, argumentando em parte que as ações da Disney tiveram desempenho inferior e a empresa precisa de melhores controles de custos.
Mais cedo, a empresa havia anunciado lucro líquido de US$ 1,28 bilhão no primeiro trimestre fiscal de 2023, encerrado em 31 de dezembro, contra US$ 1,15 bilhão registrado em igual período do ano anterior.
A receita cresceu 7,8%, para US$ 23,5 bilhões, um pouco acima das projeções.
Os assinantes do serviço de streaming Disney+ caíram 1% no trimestre, para 161,8 milhões, o primeiro declínio desse tipo, em meio a cancelamentos do serviço Hotstar na Índia depois que a empresa perdeu os direitos de transmissão de jogos de críquete lá.
As perdas no negócio de streaming mais do que dobraram para US$ 1,05 bilhão em relação ao ano anterior, mas isso foi melhor do que a administração havia previsto três meses atrás.
“O trabalho que estamos fazendo para remodelar nossa empresa em torno da criatividade, ao mesmo tempo em que reduzimos as despesas, levará a um crescimento sustentado e à lucratividade de nossos negócios de streaming, nos posicionará melhor para enfrentar futuras disrupções e desafios econômicos globais e agregar valor aos nossos acionistas”, Iger disse em um comunicado.
Perdas enormes no streaming contribuíram para a demissão do CEO Bob Chapek no final do ano passado e o retorno de Iger, que liderou a empresa de 2005 a 2020. A gigante do entretenimento com sede em Burbank, Califórnia, busca obter lucratividade em sua divisão de streaming no próximo ano e afastar Peltz, que detém uma participação no valor de cerca de US $ 1 bilhão.
Depois de anos focando no crescimento de assinantes em streaming, a atenção de Wall Street nos últimos meses se voltou para quando os investimentos impressionantes da indústria de mídia em filmes e programas de TV on-line começarão a gerar retorno.
Para ajudar a compensar as perdas no streaming, Iger está considerando licenciar mais filmes e séries de TV da Disney para rivais depois de anos mantendo a grande maioria dos títulos exclusivos para suas próprias plataformas.
Os parques da Disney continuaram a brilhar, com a receita nessa divisão aumentando 21%, para US$ 8,74 bilhões, e ganhos subindo 25%, para US$ 3,05 bilhões. Os resultados incluíram vendas e ganhos de produtos de consumo que foram pouco alterados.
A receita dos negócios tradicionais de transmissão e TV a cabo da Disney, como a ESPN, caiu 5%, para US$ 7,29 bilhões, enquanto o lucro operacional caiu 16%, para US$ 1,26 bilhão, prejudicado pelo cenário econômico mais fraco fora dos EUA.