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Distribuir dividendos da Petrobras seria importante para meta fiscal

"A equipe não nega a importância de ter as entradas de receitas", diz Dario Durigan, que participou do evento Rumos, organizado pelo jornal Valor Econômico

Dario Durigan, secretário executivo da FazendaDario Durigan, secretário executivo da Fazenda - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, disse, nesta segunda-feira (8), que a distribuição de dividendos extraordinários pela Petrobras é importante para alcançar as metas estabelecidas pela pasta — zerar o déficit primário em 2024, e fechar o ano que vem com superávit de 0,5%.

O representante da Fazenda disse, no entanto, que é preciso que a posição do acionista controlador da empresa, a União, seja respeitada. Durigan participou, de forma online, do evento Rumos, organizado pelo jornal Valor Econômico. O secretário substituiu o ministro Fernando Haddad, que cancelou sua participação nesta manhã.

"A questão dos dividendos, deve seguir as suas regras colocadas, as regras de mercado. E é claro que é preciso respeitar a posição do seu acionista controlador, que toma as decisões. Do lado da Fazenda, evidentemente que ter a distribuição dos dividendos é relevante para o esforço fiscal. A equipe não nega a importância de ter as entradas de receitas, quanto mais elas puderem vir."

A crise mais recente envolvendo a Petrobras começou no mês passado, com o anúncio de que a empresa não pagaria dividendos extraordinários, sob o argumento de fortalecer o plano de investimentos da estatal.

Os dividendos são a parcela do lucro de uma companhia que é destinada aos acionistas. Há ainda, em alguns casos, o pagamento de um valor extra, acima do patamar mínimo que deve ser repassado.

O Conselho de Administração da Petrobras aprovou a retenção de R$ 43,9 bilhões em dividendos extraordinários num fundo de reserva. O CEO, Jean Paul Prates, que também é conselheiro, se absteve de votar, mas defendeu que metade do valor fosse repassado, destacando que isso não impactaria o plano de investimentos da companhia.

Os membros do colegiado que representam a União, ligados ao ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, votaram pela retenção do montante, e saíram vitoriosos.

Pelas regras da Petrobras, o dinheiro reservado para dividendos não pode ser usado diretamente em investimentos, mas Silveira defende que a reserva poderia ajudar a Petrobras a conseguir empréstimos em condições melhores.

Como informou a coluna da jornalista Bela Megale no Globo, fontes ligadas ao Conselho da Petrobras relataram que o presidente da empresa e o diretor Sérgio Caetano tinham acordado com investidores que atuariam para manter os ganhos dos acionistas. Ambos negam.

Na semana passada, em uma reunião entre Silveira e os ministros da Casa Civil, Rui Costa, e da Fazenda, Fernando Haddad, foi acordado que os dividendos extraordinários fossem, enfim, repassados, como antecipou a colunista Malu Gaspar. A proposta de pagamento de dividendos ainda precisa ser chancelada pelo Conselho, em assembleia marcada para o dia 25 de abril.

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