Dívida de R$ 20 bi, pagamento à vista e risco de entrar em recuperação: entenda a crise na Gol
Empresa negocia com credores para reestruturar sua dívida. Governo se reúne com empresas nesta quinta-feira para discutir estímulos ao setor de aviação
A companhia aérea Gol está negociando com credores uma saída para reestruturar sua situação financeira, com dívidas que somam R$ 20 bilhões. A companhia contratou a consultoria Seabury para buscar a renegociação de dívidas, mas não está descartado um aporte financeiro de investidores e também um pedido de recuperação judicial nos EUA, pelo Capítulo 11 da Lei de Falências americana.
Em meio aos rumores de que a empresa deve recorrer ao pedido de proteção contra credores, a Gol perdeu o crédito junto a distribuidores de combustível em alguns dos aeroportos mais importantes do país.
Segundo fontes ouvidas pela coluna Capital, a empresa agora tem que pagar à vista para abastecer as aeronaves. Oficialmente, a Gol diz que "não tem problema com abastecimento de combustível e que não houve nenhuma mudança nas condições de pagamento".
Leia também
• Edição 2024 do bloco "Mamães no Calçadão" tem expectativa de receber cinco mil pessoas
• Sales nega vantagem com adiamento de jogo com Retrô e cita confiança em jogar clássico com torcida
• Segurança privada para candidatas e restrição a armas: veja sugestões enviadas ao TSE
O governo se reúne com empresas aéreas nesta quinta-feira para discutir estímulos ao setor de aviação. A situação da Gol é a mais grave.
A companhia aérea enfrenta sérios problemas de fluxo de caixa e está há seis meses tentando uma reestruturação de dívida com arrendadores de avião e credores financeiros. Do total da dívida, R$ 3 bilhões tem vencimento de curto prazo.
O combustível representa cerca de 40% dos custos de uma companhia aérea no Brasil. As distribuidoras de combustível ganham dinheiro oferecendo crédito para as companhias aéreas pagarem pelo consumo do querosene de aviação em 30, 60, 90 ou até 120 dias. As taxas complementam as margens da distribuição.
O mercado acompanha a situação de perto. Em dezembro passado, a Fitch Ratings, agência de classificação de risco, rebaixou a nota de crédito da Gol de “CCC+” para “CCC-”, em meio a preocupações com a reestruturação de sua dívida, riscos de refinanciamento e pressão no fluxo de caixa operacional.
As ações da empresa têm apresentado forte queda.