Dívida pública aumenta e vai para 73% do PIB em março
O setor público registrou déficit primário de R$14,2 bilhões em março
O Banco Central informou nesta sexta-feira (28) que a dívida bruta do país fechou o mês de março representando 73% do PIB, aumento de 0,5 ponto percentual em relação ao mês anterior.
As contas do setor público consolidado, formado por governo federal, estados, municípios e empresas estatais, registraram déficit primário de R$14,2 bilhões em março de 2023. No mesmo mês do ano passado, houve superávit de R$4,3 bilhões.
Rafaela Vitória, economista-chefe do Inter, argumenta que o resultado do mês foi impactado por fatores como a queda de 2,5% na arrecadação e aumento de gastos em 1,1%.
"O déficit primário ficou pior do que o esperado, que era um superávit de R$1 bilhão. Vale lembrar que, a partir de maio, teremos o aumento dos servidores em 9% e novo aumento do salário-mínimo em 1,4%, o que deve pressionar ainda mais o crescimento dos gastos" pontua.
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O resultado primário é formado pelas receitas menos as despesas, sem considerar o pagamento de juros da dívida pública.
Já a dívida bruta compreende ao endividamento do governo federal, INSS, governos estaduais e municipais. É acompanhada por investidores por indicar a capacidade de pagamento de determinado país. Conforme dados do BC, a dívida atingiu R$7,4 trilhões do terceiro mês do ano.
Nos últimos doze meses, até março deste ano, o setor público consolidado obteve superávit de R$74,8 bilhões ou 0,74% do PIB. Esse resultado é menor em 0,19 ponto percentual ao superávit acumulado até fevereiro deste ano.
O saldo negativo de R$14,2 bilhões em março de 2023 equivale a 1,59% do PIB, o mais alto para o mês desde 2020, quando o rombo era de 3,71% do PIB ou R$ 23,65 bilhões.
No mês de março, segundo o Banco Central, as despesas com juros nominais somaram R$ 65,31 bilhões. Em 12 meses o gasto acumulado com juros foi de R$ 693,64 bilhões (6,85% do PIB).