finanças

Dois em cada três adultos são analfabetos financeiros

No Brasil, apenas 35% das pessoas entrevistadas acertaram as respostas das questões relacionadas a pelo menos três dos quatro conceitos analisados na pesquisa

Dois em cada três adultos são analfabetos financeirosDois em cada três adultos são analfabetos financeiros - Foto: TV Brasil

Divulgada em 2016, a pesquisa da S&P Global Financial Literacy Survey apurou que dois em cada três adultos no mundo são analfabetos financeiros.

O levantamento, que entrevistou 150 mil adultos em mais de 140 países, investigou o conhecimento da população mundial sobre quatro conceitos financeiros básicos: diversificação de risco, inflação, habilidade numérica e juros compostos.

Segundo a pesquisa, mulheres, pessoas de baixa renda e com baixo nível educacional têm maior probabilidade de terem conhecimento deficiente de educação financeira. O resultado só melhora quando comparado àquelas que têm acesso a serviços financeiros, como conta bancária e cartão de crédito.

Para o CEO da plataforma on-line de mentoria financeira Utua, Bernardo Moss, os resultados são alarmantes, pois refletem um problema profundo na educação financeira global.

“A alfabetização financeira é crucial para que as pessoas possam tomar decisões informadas sobre suas finanças pessoais, investimentos e planejamento de futuro Sem esse conhecimento, muitos indivíduos ficam vulneráveis a dívidas desnecessárias, fraudes e investimentos arricados”, afirma.

No Brasil, o déficit de educação financeira fica ainda mais evidente quando, a partir da pesquisa, fica demonstrado que apenas 35% das pessoas entrevistadas acertaram as respostas das questões relacionadas a pelo menos três dos quatro conceitos analisados - o resultado coloca o país na 67ª posição entre os 143 países analisados.

“Esse é um sinal claro de que precisamos intensificar nossos esforços na educação financeira. Embora estejamos melhor que outros países, ainda há muito trabalho a ser feito. No Brasil, a educação financeira não é amplamente abordada nas escolas e muitos brasileiros crescem sem uma compreensão básica de conceitos financeiros”, avalia Moss.

Ainda de acordo com a pesquisa, o nível de educação financeira dos brasileiros que têm acesso a serviços bancários é inferior ao da média mundial.

Enquanto, no mundo, 53% das pessoas que usam cartão de crédito ou tomam empréstimos de instituições financeiras são alfabetizadas financeiramente, no Brasil, esse percentual corresponde a somente 40% das pessoas.

“O resultado deste estudo é um chamado à ação para governos, instituições educacionais e empresas financeiras, para que possam fornecer recursos e ferramentas que ajudem as pessoas a entender e gerenciar suas finanças de maneira mais eficaz, em todas as faixas etárias e classes sociais”, ressalta o CEO.

Moss afirma ainda que, em um mundo cada vez mais digital, as ferramentas e recursos on-line desempenham um papel crucial na democratização do acesso à educação financeira, “proporcionando uma série de benefícios que são essenciais para melhorar a literacia financeira da população”.

“Essas plataformas, como, por exemplo, aplicativos e planilhas financeiras, cursos e carteiras digitais, permitem que os usuários aprendam no seu próprio ritmo, tornando a educação financeira mais adaptável às necessidades individuais, além de oferecer conteúdo personalizado com base no perfil financeiro do usuário. Ao aumentar o nível de alfabetização financeira, essas ferramentas capacitam as pessoas a tomar decisões mais informadas sobre poupança, investimento, crédito e gestão de dívidas, levando a uma melhor saúde financeira a longo prazo”, conclui.

Veja também

PIB da Alemanha pode ter estagnação ou leve contração no 3º trimestre, avalia Bundesbank
alemanha

PIB da Alemanha pode ter estagnação ou leve contração no 3º trimestre, avalia Bundesbank

Meta, Spotify e outras empresas de tecnologia pedem esclarecimentos à UE sobre normas para IA
TECNOLOGIA

Meta, Spotify e outras empresas de tecnologia pedem esclarecimentos à UE sobre normas para IA

Newsletter