USO DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

Dois em cada três CEOs não sabem como orientar funcionários no uso da inteligência artificial

Estudo ouviu 3 mil líderes empresariais em 30 países sobre aplicação da inteligência artificial nos negócios. Entre brasileiros, 65% dizem que têm planos para usar a tecnologia em decisões

Inteligência artificialInteligência artificial - Foto: Pixabay

A maior parte dos presidentes de empresas no mundo avalia que a inteligência artificial generativa — a mesma do Bard, do Google, e do ChatGPT, da OpenAI — pode trazer benefícios para as empresas.

No entanto, a adaptação dos trabalhadores à inteligência artificial (IA) ainda é um dos grandes desafios nesse processo, aponta pesquisa global feita pela IBM, divulgada nesta quarta-feira (16).

Enquanto 69% dizem que a tecnologia vai beneficiar negócios, dois em cada três admitem que estão agindo sem uma visão clara de como auxiliar funcionários a se preparar para as mudanças geradas pela inteligência artificial.

Marcelo Braga, presidente e líder de Tecnologia da IBM Brasil, diz que esse é um desafio comum a todas as empresas que estão buscando aplicar a IA nos negócios.

Ele explica, no entanto, que a criação de novas plataformas com inteligência artificial voltadas para o usuário final tem facilitado a experiência de mais pessoas com a tecnologia.

— Encontrar profissionais de tecnologia com experiência em dados já é raro, com experiência em IA é mais raro ainda — diz Braga. — Mas existe um ponto importante que é: essas tecnologias estão começando a ser menos dependentes de pessoas muito técnicas e estão virando plataformas para serem consumidas pelo todos.

O estudo, feito pelo IBM Institute for Business Value em parceria com a Oxford Economics, ouviu três mil CEOs de 30 países, incluindo executivos no Brasil. Entre os CEOs brasileiros, mais da metade (56%) acredita que a aceleração da IA dentro das empresas será um dos pilares fundamentais para terem melhores resultados nos próximos anos.

Interesse em IA no topo das empresas
Segundo Marcelo Braga, a popularização de sistemas de IA que chegam para o consumidor final tem feito com que o tema, antes restrito às áreas de tecnologias das empresas, agora seja estratégico também para o topo das companhias.

Parte do interesse maior tem relação com a busca dos executivos pela melhoria da produtividade nas empresas, explica ele:

— Essa é a primeira vez que eu começo a ver uma pressão do topo das empresas para as áreas internas sobre porque não estão olhando para o que tem de IA. Antes era ao contrário. A vanguarda questionava as lideranças, mas havia um ceticismo no topo. Essa é uma virada de jogo importante. Temos muitos clientes que escutam um concorrente falando algo da IA e já transformam em uma demanda interna.

O auxílio da IA na tomada de decisões está entre os usos no radar das lideranças brasileiras: 65% dizem que têm planos para, nos próximos cinco anos, usar a tecnologia como auxiliar no processo decisório.

O tema da modernização tecnológica é prioritário para mais da metade dos executivos brasileiros ouvidos no estudo.

O tema é estratégico para a própria IBM. A empresa, que é uma das pioneiras na aplicação da IA para os negócios, acabou ofuscada pela aceleração de esforços das concorrentes como Google e Microsoft, parceira da OpenAI, no uso da IA generativa.

O principal trunfo da empresa é o IBM watsonx, plataforma de dados e IA voltada para negócios, que foi lançada para clientes brasileiros em julho deste ano.

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