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MOEDA

Dólar cai a R$ 5,11 com dados melhores de inflação nos EUA e no Brasil

Índice divulgado nesta sexta-feira é um dos analisados de perto pelo banco central americano e pode indicar arrefecimento da economia dos EUA

DólarDólar - Foto: Freepik/Reprodução

O dólar fechou as negociações desta sexta-feira (26) em queda de 0,89% cotado a R$ 5,11. Este é o menor valor desde o dia 11 de abril, quando a divisa fechou valendo R$ 5,09. Na semana, o recuo foi de 1,60%, com os dados de inflação americana mais comportados, o que pode indicar uma queda dos juros nos EUA mais cedo do que se esperava.

A divulgação do PCE de março, índice de preços de gastos com consumo dos EUA, veio em linha com as expectativas de agentes, a 0,3%. O núcleo do dado, que exclui itens mais voláteis, como alimentos e energia, também ficou em 0,3%, ante 0,4% em fevereiro.

O indicador americano é um dos analisados de perto pelo Federal Reserve (Fed, banco central americano), na hora de decidir os rumos dos juros americanos. Divulgado nesta sexta-feira, o PCE referente ao primeiro trimestre de 2024 veio alto, a 3,4%. Para efeito de comparação, o mesmo índice para o último trimestre de 2023 (período anterior) foi de 1,8%.

Há duas semanas, o câmbio subia, repercutindo a inflação ao consumidor, o chamado CPI, que foi divulgado no dia 10.

No ambiente doméstico, o que também ajudou a fazer o dólar cair foi o resultado do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15), uma prévia da inflação oficial. Divulgado nesta sexta-feira pelo IBGE, o índice de abril veio abaixo das expectativas de analistas, a 0,21%. A mediana de 35 casas ouvidas pelo Valor Data apontava para 0,28%.

Para Luan Aral, especialista em dólar da Genial Investimentos, o câmbio refletiu o dado americano divulgado nesta sexta-feira, diminuindo o estresse visto nos últimos dias:

– O dado veio em linha, e o mercado gostou bastante disso, porque fez a expectativa de corte de juros nos EUA se equalizar. Trouxe para mais próximo do que estava antes dos dados mais fortes dos meses passados. Foi um vento favorável vindo de fora.

Para o especialista, o dado brasileiro menor do que o esperado vem em boa hora, já que a mudança nas metas fiscais pelo governo fez as expectativas para os juros aumentarem.

A Bolsa também teve bom desempenho no dia. O Ibovespa avançou 1,51%, a 126.526 pontos. Na semana, o índice encerrou com alta de 1,12%.

– Foi uma leitura boa, com composição interessante e favorável, o que acabou tendo um efeito positivo no cenário doméstico – disse Frederico Nobre, líder da área de análise da Warren Investimentos, sobre a percepção dos agentes sobre os dados de inflação. Na semana, o índice acumulou alta de 1,12%.

Câmbio vive montanha-russa no mês
Abril tem sido um mês de sobe e desce para a cotação do dólar. O índice de preços ao consumidor de março, o CPI, foi divulgado no dia 10 de abril. Naquele dia, a cotação fechou o dia a R$ 5,07, ante R$ 5 no pregão anterior. Dois dias depois, com a escalada das tensões no Oriente Médio, entre Israel e Irã, a moeda subiu para R$ 5,12.

Passado o fim de semana, quando Teerã realizou os ataques a Israel, a corrida pela moeda alavancou a cotação a R$5,18 na segunda-feira, dia 15.

Na terça seguinte, a proposta de déficit zero das contas públicas, quando se esperava superávit, enviada ao Congresso pelo governo, jogou um novo balde de água fria na cotação da divisa, que finalizou encostada nos R$ 5,27. Desde esse dia, a moeda vem caindo.

Os agentes de mercado brasileiros esperam, segundo o último Boletim Focus, divulgado na terça-feira, que o câmbio termine o mês valendo R$ 5,12. Para o mês que vem, a previsão é de que o câmbio opere a R$ 5,10 e, para junho, os agentes esperam uma cotação de R$ 5,07. Para todos os três meses, as expectativas registraram aumento por quatro boletins seguidos.

Maior patamar há mais de um ano
O patamar do dólar acima dos R$5,10 é o mais alto desde março de 2023. Naquele momento, a falência dos bancos americanos Silicon Valley e Signature e o temor sobre a saúde financeira do Credit Suisse levaram agentes a uma corrida à moeda americana, vista como um ativo seguro.

Agora, o estágio alto das taxas de juro americanas, não vistas assim em 20 anos, drena os investimentos em papéis de empresas em todo o mundo. Elas até podem dar retornos maiores, mas são mais voláteis e bem menos atrativas quando a taxa dos EUA está alta.

Isso afeta os mercados acionários em todo mundo, inclusive o do Brasil. Prova disso é fluxo negativo de investimentos estrangeiros superior a R$ 33 bilhões desde o início de 2024.

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