América do Sul

Dólar, cartão pré-pago ou pesos: o que comprar para viajar para a Argentina no período eleitoral?

Cotação oficial do dólar subiu 22% após vitória de candidato da extrema direita nas primárias

Pesos argentinosPesos argentinos - Foto: Fabio Nóbrega/Portal Folha de Pernambuco

A surpreendente vitória do candidato da extrema direita Javier Milei nas primárias da Argentina, no domingo, levou o Banco Central a anunciar uma alta de 22% na cotação oficial do dólar. Fornecedores também aumentaram os preços de suas mercadorias em 20%, aprofundando a sensação de caos político e financeiro num país que acumula uma inflação de 117% nos últimos 12 meses e em que a flutuação do câmbio se tornou rotina.

Desde segunda-feira, um dólar oficial passou a valer 350 pesos argentinos, um patamar que será mantido até a realização da eleição presidencial, em outubro, de acordo com as autoridades responsáveis. No mercado paralelo, porém, o dólar blue já alcança uma cotação de 695 pesos nas ruas de Buenos Aires, segundo informações do La Nación.

Para quem está planejando visitar a Argentina, fica a dúvida do que comprar: dólar, cartão pré-pago ou pesos argentinos?

Câmbios variados
O país conta com mais de uma dezena de diferentes cotações para a moeda americana. Há décadas, a Argentina registra uma escassez de divisas para dar conta de suas demandas em importações e atender o mercado em geral. Com isso, foi criando uma série de câmbios para setores ou demandas específicas, com o objetivo de preservar ao máximo suas reservas internacionais.

Há cotações no atacado, no varejo, para estrangeiros visitando o país, para pagamento de serviços de streaming, de eventos com artistas estrangeiros, operações com criptomoedas, entre outras.]

Os argentinos, num esforço para escapar dos efeitos das oscilações na economia, buscam o dólar como divisa mais segura, enxergando na moeda americana um caminho para driblar a inflação e a desvalorização do peso.

Por outro lado, a forte desvalorização do peso argentino em relação ao dólar e na comparação com as principais divisas dos países vizinhos, provocou uma verdadeira invasão de turistas brasileiros, uruguaios, paraguaios, chilenos, colombianos, bolivianos e venezuelanos, que têm feito a festa em áreas turísticas como Bariloche, El Calafate e Ushuaia, e também em regiões da fronteira, onde atravessam diariamente para abastecer seus carros e fazer compras.

Saiba o que comprar para viajar à Argentina:
De modo geral, pagar hotel é mais vantajoso com cartão pré-pago, por causa da isenção de 21% de IVA — o imposto sobre valor agregado é devolvido aos turistas estrangeiros. O hotel só precisa concordar em converter a diária pelo câmbio oficial e cobrar em pesos;

Já para gastos com alimentação e entretenimento, por exemplo, o melhor é pagar com pesos trocados em cuevas — pequenas bancas ou quiosques — ou retirados na Western Union. A diferença pode ser de até 10% em relação ao pagamento com cartão de débito;

A cotação dos cartões é 10% mais cara que a do câmbio paralelo — dólar blue e outros —, mas evitam que o turista precise andar com bolos de dinheiro na carteira. Neste caso, o melhor é usar cartões de fintechs, que oferecem conta digital internacional com uma cobrança de IOF menor;

Mas se você preferir viajar com dinheiro vivo, leve reais para a capital, Buenos Aires, e dólares para o interior. Não compre pesos argentinos no Brasil, porque é a pior cotação.

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