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MOEDA

Dólar fecha em alta, com juros e eleição dos EUA no radar; Ibovespa cai

A possibilidade de maior inflação nos EUA, com dados de atividade mais fortes e possível eleição de Trump, impulsionaram moeda americana

Dólar Dólar  - Foto: Freepik/Reprodução

As expectativas sobre as eleições americanas e apostas de um corte mais brando nos juros da maior economia mundial seguem impulsionando o dólar. Depois de chegar a R$ 5,71, a moeda fechou em alta de 0,11%, a R$ 5,6968 — maior patamar desde 5 de agosto. Incertezas sobre a política fiscal no Brasil também afetaram a moeda e prejudicaram o Ibovespa.

De acordo com Guilherme Suzuki, sócio da Astra Capital, dados mais fortes da economia americana divulgados nas últimas semanas reforçaram a tese de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) pode desacelerar o ritmo de cortes na próxima reunião, ou, até, manter os juros no patamar patamar.

Economia mais aquecida tende a levar a um aumento no consumo, o que, por sua vez, acelera o aumento de preços — ou seja, intensifica a inflação.

A ferramenta FedWatch — que monitora as expectativas do mercado nos EUA para os juros americanos —, do CMEGroup, aponta para uma chance de 91% do próximo corte de juros nos EUA ser de apenas 0,25 ponto percentual, uma desaceleração em relação à redução de 0,50 ponto da reunião do Fed em setembro.

— O mercado criou uma expectativa de “ah! finalmente chegamos no ponto em que o Fed vai cortar os juros”, mas foi pego na contramão de novo com os dados mais fortes desse mês — avalia Suzuki .

Ele explica que a projeção de redução do ritmo de corte — ou uma possível manutenção — levaram a uma alta no rendimento dos títulos do Tesouro americano (os Treasuries). Estes investimentos, considerados os mais seguros do mundo, acabam atraindo mais dólares para os Estados Unidos. Ao mesmo tempo, diminui o fluxo para mercados emergentes, como o Brasil, considerados relativamente mais arriscados.

A corrida eleitoral americana também pesa sobre o desempenho do dólar no mercado brasileiro. O candidato republicano, Donald Trump, ganhou força em novas pesquisas. Uma possível vitória do ex-presidente, pode significar intensificação no protecionismo econômico americano. Trump defende a elevação de tarifas sobre importações, especialmente as vindas da China, o que pode elevar os preços internos no mercado americano. A expectativa eleva as projeções de juros mais altos, já que são o principal mecanismo de controle inflacionário.

O sentimento de aversão a risco provocado pelo cenário de juros nos EUA também contaminou o mercado acionário brasileiro. O Ibovespa fechou em queda de 0,31%, a 129.951 pontos.

— Acredito que o movimento de hoje seja resultado do mercado reduzindo riscos como um todo — explica Adriano Yamamoto, chefe comercial da corretora do C6 Bank.

Segundo ele, além do peso do cenário externo, as incertezas sobre a política fiscal do Brasil "seguem como uma pedra no sapato" para os investidores.

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A Receita Federal divulgou ontem que a arrecadação federal atingiu o maior valor da História para o mês de setembro. No total, foram R$ 203,1 bilhões. No acumulado do ano, R$ 1,934 trilhão.

Apesar dos números fortes, Yamamoto considera que são os gastos que mais pesam sobre o mercado, não a arrecadação.

Em relação às ações, a queda das commodities também pressionou o Ibovespa. Entre os destaques, as ações ordinárias (PETR3) e preferenciais (PETR4) da Petrobras recuaram 0,48% e 0,39%, respectivamente. As ordinárias da Vale (VALE3) fecharam em alta de 0,13%.

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