INFLAÇÃO NA ARGENTINA

Economia argentina recua 4,9% no segundo trimestre, maior retração desde 2020

Na comparação com o trimestre anterior, houve retração de 2,8%, confirmando que o país está entrando em recessão em meio a uma forte seca e inflação

Mulheres compram queijo em uma banca do Mercado Central de Buenos Aires. Argentina tem uma das maiores taxas de inflação do mundo Mulheres compram queijo em uma banca do Mercado Central de Buenos Aires. Argentina tem uma das maiores taxas de inflação do mundo  - Foto: Luis Robayo / AFP

A economia da Argentina contraiu mais do que o esperado entre abril e junho, o pior trimestre desde o auge da pandemia no início de 2020, confirmando que o país está entrando em uma profunda recessão.

O PIB da segunda maior economia da América do Sul encolheu 2,8% no segundo trimestre, na comparação com os três meses anteriores. Em relação ao ano anterior, a contração foi de 4,9%, de acordo com dados do governo publicados hoje.

Uma seca recorde, que custou US$ 20 bilhões em exportações agrícolas e acelerou a inflação de alimentos, afetou fortemente a atividade econômica na Argentina. As exportações durante o segundo trimestre caíram 4,1%, enquanto as importações aumentaram 3,7%, prejudicando o crescimento.

 

Os gastos dos consumidores caíram, enquanto os gastos do governo permaneceram estáveis durante o trimestre.

A perspectiva só piorou nos últimos meses, depois que o governo desvalorizou o peso após as eleições primárias de 13 de agosto, um sinal de que o banco central havia ficado sem dinheiro para sustentar a moeda.

O agravamento da crise econômica na Argentina abriu as portas para que o candidato presidencial Javier Milei vença as eleições gerais de 22 de outubro. Milei surpreendeu ao vencer as primárias em agosto, depois que pesquisas imprecisas o mostraram em terceiro lugar.

Milei inspirou os eleitores com promessas dramáticas, inclusive a de dolarizar a economia como um plano radical para conter a inflação.

A estimativa é que a economia argentina entre tecnicamente em sua sexta recessão em uma década, de acordo com a definição mais comum dos economistas - duas contrações consecutivas - durante o terceiro trimestre. A inflação, por sua vez, ultrapassa os 124%, alimentada por falhas na política econômica e pela incerteza em torno da eleição presidencial.

Com a previsão de contrações trimestrais para este trimestre e para o próximo, os economistas pesquisados pelo banco central veem o PIB diminuindo 3% este ano.

Veja também

Ações no STF contra Reforma da Previdência põem R$ 206 bi em risco para União
Julgamento

Ações no STF contra Reforma da Previdência põem R$ 206 bi em risco para União

Selic: aumento da taxa de juros afeta diretamente consumidor
Taxa de juros

Selic: aumento da taxa de juros afeta diretamente consumidor

Newsletter