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Economia chinesa perde fôlego e Pequim deve estimular consumo interno, afirma FMI

"A China precisa encontrar outras maneiras de estimular um crescimento duradouro por meio de sua demanda interna", afirmou economista-chefe

O economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), Pierre-Olivier Gourinchas (2E)O economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), Pierre-Olivier Gourinchas (2E) - Foto: Brendan Smialowski / AFP

A China deve fazer mais para reforçar sua demanda interna, especialmente incentivando empresas e famílias a gastarem parte do que juntaram, se quiser acelerar uma economia que está perdendo força, estimou o economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), Pierre-Olivier Gourinchas.

"A China precisa encontrar outras maneiras de estimular um crescimento duradouro por meio de sua demanda interna", afirmou Gourinchas durante uma entrevista à AFP. O economista lembrou dos "níveis muito altos de poupança, tanto de famílias quanto de empresas", que estão disponíveis.

Em um país onde os sistemas de aposentadoria e saúde ainda são pouco desenvolvidos, os chineses adotaram o hábito de ter grandes economias por precaução, em detrimento do consumo.

"As proteções sociais não estão suficientemente desenvolvidas, portanto as pessoas precisam se virar. Se o governo melhorar isso, poderia trazer tranquilidade às famílias e permitir que gastem mais, o que ajudaria a sustentar o crescimento a médio prazo na China", disse o economista.

A questão é central para a economia mundial, que apresenta uma tendência de crescimento mais fraco do que na década passada: em 2025, o crescimento do PIB global deve ser de 3,2% em relação a 2024, o mesmo percentual que este ano em comparação ao passado.

Na década passada, a média foi de 3,5% de expansão anual.

A desaceleração da economia chinesa poderia aprofundar a queda do crescimento mundial, que já sofre com outras economias emergentes significativas, como a Índia.

O FMI prevê, de fato, um crescimento de 7% neste ano para o país mais populoso do mundo e 6,5% no ano seguinte, em comparação a mais de 8% em 2023.

Fim da inflação, exceto na Rússia
A Rússia parece seguir o mesmo caminho, com um crescimento reduzido após superar amplamente as expectativas por dois anos consecutivos, em meio à guerra com a Ucrânia.

"Nossas previsões sempre foram de que haveria uma desaceleração em algum momento. Esperávamos antes, mas agora se apresenta para 2025", afirmou Pierre-Olivier Gourinchas, que nota um "aumento da pressão sobre os preços".

Nos Estados Unidos, por outro lado, graças a "uma produtividade que vai muito bem, ao contrário da maioria das regiões do mundo, e a um aumento da mão de obra, especialmente devido à imigração", a economia deve terminar o ano de forma muito positiva e continuar assim em 2025.

Segundo Gourinchas, o país está muito perto de um "pouso suave", ou seja, de controlar a inflação sem cair em recessão.

Este fenômeno não beneficia apenas a maior economia do mundo. "Vemos que a inflação está se aproximando das metas dos bancos centrais. A menos que haja uma surpresa, devemos terminar com a inflação este ano."

 

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