Economia da França salta 7% em 2021, e PIB da Espanha tem maior alta em 21 anos
Após uma recessão recorde de 8% em 2020, a economia francesa, a segunda maior da zona do euro, cresceu mais do que o esperado
A economia da França registrou crescimento de 7% em 2021, o mais forte em 52 anos, enquanto a Espanha teve alta de 5%, de acordo com as primeiras estimativas publicadas nesta sexta-feira. Na Alemanha, o escritório de estatísticas revisou o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) em 2021 para uma expansão de 2,8%, diante crescimento de 2,7% estimado anteriormente.
Após uma recessão recorde de 8% em 2020, a economia francesa, a segunda maior da zona do euro, cresceu mais do que o esperado, superando as previsões do Instituto Nacional de Estatística (INSEE) e do Banco da França, que projetavam um crescimento de 6,7% para o ano passado.
O desempenho do PIB francês em 2021, o maior em mais de cinco décadas, reforça as credenciais econômicas do presidente Emmanuel Macron a menos de três meses das eleições, marcadas para abril, nas quais ele deve concorrer a um segundo mandato.
No quarto trimestre, no entanto, o PIB francês cresceu 0,7%, em um ritmo mais lento do que no trimestre anterior, quando registrou alta de 3,1%, em meio ao aumento das infecções por coronavírus, à intensificação dos problemas na cadeia de suprimentos e à alta da inflação.
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A resiliência da recuperação da França é um ativo fundamental para Macron, que busca reavivar o apoio dos eleitores que o apoiaram e a sua agenda de reformas há cinco anos.
Registrar uma expansão no fim de 2021 é um bom presságio para este ano, em meio a sinais de que os gargalos de oferta de suprimentos estão desaparecendo. O presidente da Renault SA, Jean-Dominique Senard, disse à Bloomberg Television nesta semana que a montadora espera que a escassez de semicondutores que agitou a indústria automobilística diminua no segundo semestre de 2022.
Na Espanha, a estimativa de crescimento de 5% em 2021 divulgada pelo Instituto Nacional de Estatísticas (INE) trata-se de uma taxa de crescimento robusta, a mais elevada em 21 anos, e muito positiva se forem levados em conta os encargos que a covid ainda impõe à economia.
No entanto, ficou 1,5% abaixo do objetivo do governo. O governo espanhol projetava para o ano passado uma alta de 6,5% do PIB, depois de um retrocesso de 10,8% em 2020 provocado pela pandemia. Mas o resultado de 2021 é superior à expectativas do FMI e da OCDE, que calcularam um crescimento para a Espanha de 4,6% e 4,5%, respectivamente.
No fim do ano passado, a economia espanhola superou as expectativas, beneficiando-se de um aumento no investimento e da forte demanda de exportação. De outubro a dezembro, o PIB espanhol cresceu 2%, após um crescimento de 2,6% nos três meses anteriores. Isso supera as estimativas dos economistas para um aumento de 1,4%.
A recuperação da Espanha é apoiada pela queda do desemprego e uma das maiores taxas de vacinação da Europa, que ajudou a evitar o tipo de restrições que outros países implementaram para conter a propagação da Covid-19.
Ainda assim, a economia continua abaixo da produção pré-crise depois de encolher quase 11% em 2020 e expandir apenas 5,2% no ano passado. Isso deixa o PIB no final do ano passado cerca de 4% abaixo do nível pré-pandemia, segundo a Bloomberg Economics.
Apesar da expansão em 2021, o PIB da Alemanha contraiu no quarto trimestre de 2021, devido a um aumento nos casos de coronavírus e à imposição de novas medidas de restrição, depois de dois trimestres em alta. De acordo com estimativa preliminar divulgada pelo Destatis, o escritório de estatística alemão, a economia do país apresentou retração de 0,7% no período de outubro a dezembro.
“Depois de ter crescido novamente no verão, apesar das crescentes dificuldades devido à falta de materiais, a recuperação foi desacelerada pela quarta onda de coronavírus”, explicou o Destatis em comunicado.
A queda é maior do que as expectativas dos economistas, de -0,5%O escritório de estatísticas alemão publicará os resultados finais do PIB do quarto trimestre no dia 25 de fevereiro.
A escassez de matérias-primas e componentes atingiu duramente a economia alemã, uma potência manufatureira, com o setor automotivo sendo particularmente atingido. As restrições para combater a pandemia, que freou consumo e serviços, também afetaram o resultado do PIB.