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El Niño

El Niño: fim do fenômeno climático reduz chuvas e coloca em risco segunda safra de milho

Outono começa mais seco no Centro do país, prevê consultoria meteorológica de negócios

Comércio de milho no CeasaComércio de milho no Ceasa - Foto: Marlon Costa/Futura Press/Folhapress

O fenômeno El Niño, que causa aquecimento das águas do oceano Pacífico, já começa a perder força e corta, um pouco mais cedo, as chuvas no país, colocando em risco a segunda safra de milho, especialmente no centro do país. A previsão é da Nottus, empresa de inteligência de dados e consultoria meteorológica para negócios. O outono, que começa ás 00h06 desta quarta-feira, inicia quente na maior parte do país e com as chuvas de março abaixa da média histórica.

— Teremos um abril mais seco que o normal no centro do país, em São Paulo, Tocantins, Minas Gerais. Com o El Niño perdendo força, as chuvas podem ser cortadas antes do tempo, colocando em risco a segunda safra de milho no país — diz Desirée Brandt, sócio e meteorologista da Nottus.

Ela lembra que o El Niño atrasou o início das chuvas deste verão em 45 dias, prejudicando o plantio de soja no verão. Com isso, o calendário para o plantio da segunda safra de milho também ficou mais apertado, observa a meteorologista da Nottus, e será afetado pela escassez de chuvas. O calor excessivo neste mês de março também já afetou a produtividade de diversas lavouras, incluindo a de milho no Paraná.

Ela lembra chuva ganhou intensidade a partir de janeiro, embora tenha ocorrido de forma localizada. No entanto, o Nordeste encerra o Verão com precipitação superior à média, devido à contribuição do oceano Atlântico, cuja temperatura está acima da média ao longo da costa da região.

Com isso, a chuva na costa da região Nordeste, deve ultrapassar a média histórica, especialmente na metade do outono, prejudicando a geração de energia eólica na região. No ano passado, o Nordeste chegou a produzir mais de 80% de toda a energia eólica gerada no país.

O atraso no período mais úmido preocupa agricultores, que também estão de olho no fenômeno La Niña (resfriamento das águas do pacífico) que tem grande chances de começar no segundo semestre, segundo os meteorologistas da Nottus. Em períodos de La Niña, em média, chove menos no Sul e mais no Norte e Nordeste do Brasil. No Sudeste e Centro-Oeste, há chances de períodos frios e chuvosos.

Já com frio mais intenso previsto para este ano, o clima fica mais favorável para a cultura do trigo. No ano passado, quase não houve inverno, o que prejudicou a cultura.

— Não se espera um outono e inverno rigorosos, mas períodos frios já podem acontecerno final de abril, o que pode 'aquecer' as vendas do Dia das Mães, em maio — prevê a meteorlogista da Nottus.

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