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Eleições nos EUA criam "grande incerteza" para mercados globais, diz o FMI

Fundo alerta que choques similares ao de agosto, quando as Bolsas de vários países despencaram, podem ocorrer em meio à disputa eleitoral acirrada

Os primeiros eleitores esperam na fila para votar em um local de votação antecipada na Biblioteca Pública de Madison  Central em Madison, WisconsinOs primeiros eleitores esperam na fila para votar em um local de votação antecipada na Biblioteca Pública de Madison Central em Madison, Wisconsin - Foto: Kamil Krzaczynski / AFP

O Fundo Monetário Internacional (FMI) afirmou que as eleições dos Estados Unidos estão criando uma "alta incerteza" para os mercados financeiros globais, devido às prioridades comerciais nitidamente divergentes dos candidatos.

A disputa acirrada entre a democrata Kamala Harris e o republicano Donald Trump ocorre em um contexto geopolítico já tenso, gerando profundas incertezas que, até agora, não foram refletidas nos mercados financeiros, disse o FMI em seu Relatório de Estabilidade Financeira Global publicado nesta terça-feira.

Essa lacuna cria o risco de uma nova rodada de volatilidade nos mercados globais, semelhante à que ocorreu em agosto.

— Nos preocupa que haja uma tensão entre o o nível de avaliações nos mercados e o pano de fundo geopolítico dentro e entre os países que poderia dar origem a novos choques — disse Tobias Adrian, diretor do Departamento Monetário e de Mercados de Capitais do FMI, em uma entrevista.

A eleição de 5 de novembro nos EUA representa uma incógnita para os mercados e para observadores econômicos como o FMI, dado o tamanho da economia e o impacto direto que as políticas da maior economia do mundo podem ter nas finanças e no comércio globais.

Adrian apontou para as políticas tarifárias e industriais, bem como uma possível retaliação comercial, como alguns dos riscos. Trump ameaçou impor novas tarifas sobre importações da China e outras taxas generalizadas sobre outros parceiros comerciais.

Os alertas do FMI sobre os riscos de mercado decorrentes de choques geopolíticos contrastam com sua visão sobre o panorama econômico mais amplo, que parece mais otimista. O Fundo reduziu ligeiramente sua previsão de crescimento global para o próximo ano em um relatório separado nesta terça-feira, mas ainda vê a economia mundial no caminho para um chamado pouso suave.

O relatório de estabilidade financeira destacou riscos como o aumento dos níveis de dívida, bem como a política mundial.

O fundo apontou o episódio de agosto, quando a esperada divergência entre as políticas monetárias dos EUA e do Japão desencadeou o desmonte de operações financeiras conhecidas como carry trade", fazendo a Bolsa de Valores do Japão despencar e repercutindo nos mercados globais.

“O tumulto no mercado no início de agosto de 2024 — quando a volatilidade do mercado de ações aumentou tanto no Japão quanto nos Estados Unidos e os preços globais dos ativos caíram significativamente — deu uma amostra das reações violentas que podem ocorrer quando picos de volatilidade interagem com o uso de alavancagem pelas instituições financeiras, criando reações não-lineares no mercado e acelerando as vendas", apontou o FMI no relatório.

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