Elon Musk é processado por assédio, em ação de ex-funcionários da SpaceX
A empresa de foguetes de Musk está sob investigação por alegações de discriminação e assédio sexual desde fevereiro deste ano
Engenheiros demitidos da fabricante de foguetes SpaceX após acusarem Elon Musk de discriminação entraram com um processo contra o empresário por assédio sexual e retaliação no tribunal estadual da Califórnia, intensificando sua batalha legal de múltiplas frentes com o bilionário e sua empresa aeroespacial.
“Musk criou intencionalmente um ambiente de trabalho hostil indesejado com base em seu comportamento de introduzir no local de trabalho fotografias sexuais vis e comentários que diminuíam mulheres e/ou a comunidade LGBTQ+”, afirmaram os oito ex-funcionários, que também estão movendo um processo contra a empresa perante a Junta de Relações do Trabalho dos EUA, em sua petição apresentada na quarta-feira.
Os autores da ação judicial alegam que alguns deles foram alvos de comentários hostis de outros colegas que "imitaram as postagens de Musk" no Twitter e "criaram um ambiente de trabalho hostil incrivelmente desconfortável".
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Depois que Musk zombou publicamente das alegações de má conduta contra ele, os trabalhadores redigiram uma carta aberta em 2022 expressando preocupações sobre seu comportamento e a cultura da empresa, alegando que foram demitidos em retaliação.
A petição afirma que eles têm motivos para acreditar que Musk tomou a decisão de demiti-los em retaliação por esse ativismo. Quando um funcionário de recursos humanos ameaçou conduzir uma investigação, Musk respondeu "não me importo, demita eles", alega a carta.
A SpaceX e o Elon Musk ainda não fizeram comentários quanto ao processo. A empresa já negou irregularidades e afirmou que os funcionários demitidos violaram as políticas. Também disse que Musk não esteve envolvido nas demissões.
Esta ação contra Musk segue reclamações anteriores dos mesmos funcionários feitas à Junta Nacional de Relações do Trabalho dos EUA de que a SpaceX teria retaliado eles ilegalmente. Procuradores da Junta concordaram, mas a empresa entrou com um processo em janeiro alegando que a estrutura da organização era inconstitucional. Uma ordem de restrição do tribunal suspendeu o caso da junta trabalhista.
Por outro lado, nesta terça, o Wall Street Journal relatou alegações de que Musk fez investidas sexuais a mulheres na SpaceX, incluindo uma ex-estagiária com quem ele teve relações sexuais. A presidente da companhia, Gwynne Shotwell, foi citada na matéria acusando o Journal de apresentar "inverdades, deturpações e uma história revisionista" e dizendo que "Elon é um dos melhores humanos que eu conheço".
A Junta não tem autoridade para responsabilizar indivíduos, mas o novo processo no tribunal estadual nomeia Musk pessoalmente como réu, citando o que chama de "controle maníaco sobre as decisões da equipe em seus negócios" e seus comentários públicos, como brincar no Twitter em relação a uma alegação de má conduta. Musk negou irregularidades.
O processo também alega que executivos da SpaceX, incluindo Musk e Shotwell, participaram de um vídeo "que zomba e faz piadas sobre má conduta sexual e brincadeiras", incluindo uma cena em que um funcionário demonstrava a forma "correta" de dar um tapa em um colega.
Os funcionários demitidos anteriormente apresentaram algumas de suas reivindicações ao Departamento de Direitos Civis da Califórnia, relatou a Bloomberg News em fevereiro. O departamento emitiu a eles esta semana cartas de "direito de processar", abrindo caminho para que movessem o processo, de acordo com a reclamação.
"Devemos buscar todas as vias possíveis para continuar avançando com nossas reivindicações", disse o autor da ação, Tom Moline, que trabalhou no programa Dragon da SpaceX, em uma entrevista. "Mesmo Elon, com toda sua riqueza e poder, não está acima de ser responsabilizado, não é?", concluiu.