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Economia

Em dois dias, vendas on-line na Black Friday somam R$ 5,4 bi e ficam abaixo da expectativa

Número de pedidos ficou estável. Para consultoria, brasileiros buscaram comprar itens básicos e que sofreram reajustes por causa da inflação

Black FridayBlack Friday - Foto: Agência Educa Mais Brasil

A Black Friday, concluida nesta sexta-feira, foi impactada pela inflação nas mais variadas formas. Segundo levantamento da Neotrsut, o faturamento total foi de R$ 5,4 bilhões, o que representa um crescimento nominal de 5,8% na comparação com o ano passado, mas abaixo das expectativas de ganhos, que estavam entre 6% e 10%. Os brasileiros se preocuparam mais em comprar itens básicos e que estão mais caros, como alimentos e bebidas, deixando os eletrônicos um pouco de lado.

O levantamento foi produzido a partir do número total de compras realizadas via e-commerce entre o primeiro minuto de quinta-feira até às 23h59 de sexta-feira.

A edição deste ano da Black Friday encerrou as 48h monitoradas com um volume de 7,6 milhões de pedidos. O número é 0,5% inferior ao registrado no ano passado. Já o tíquete médio nacional das compras foi de R$711,38, 6,4% superior a 2020, tambem impactado pela alta dos preços.

Para o diretor de comunicação do T.Group, do qual a Neotrust faz parte, Julio Pacheco, já era esperado que o faturamento não fosse tão alto quanto o esperado. A empresa projetava no meio do ano um aumento de 16%, mas à medida que a situação macroeconômica foi se deteriorando, a estimativa foi cortada para o intervalo de 6% a 10%.

 — Já sabíamos que não atingiríamos o esperado. A insegurança por causa do cenário econômico, a inflação e o endividamento devem ser levados em conta.

Pacheco destaca o aumento de compras nos segmentos de bebidas e alimentos e moda. No caso de alimentos e bebidas, a alta em relação ao ano passado foi de 38,9% no número de pedidos. Foi a sétima categoria com mais pedidos.


Esses produtos não costumavam ter grande destaque nos anos anteriores e possuem ticket médio menor. É um sinal que o brasileiro aproveitou a Black Friday deste ano para ir atrás de produtos que ficaram mais caros com a inflação.

 —  Isso, provavelmente, está ligado à inflação. A gente viu um comportamento de compra de itens básicos. Antes, era muito mais eletrônicos  — comenta.

O faturamento no e-commerce apenas na sexta-feira foi de pouco mais de R$ 4 bilhões, 4,5% acima do registrado em 2020.

Para Pacheco, o fato das lojas físicas terem reaberto, com o avanço da vacinação, pode ter impactado no resultado. No entanto, muitos consumidores que não compravam pela internet, passaram a adquirir esse hábito durante a pandemia.

 — O cenário é diferente, claro. Mas ao mesmo tempo, o hábito mudou. O brasileiro, por exemplo, não costumava comprar vestuário na internet.

A busca pelos produtos foi mais concentrada na semana da Black Friday do que no mês como um todo. Segundo a Neotrust, o pico de vendas ocorreu entre 10h e 14h de sexta-feira.

O valor do frete médio teve uma redução de 12% em relação ao ano passado e a participação do frete grátis nos pedidos teve um aumento de 0.6 pontos percentuais. Para a Neotrust, esse dado pode indicar que as varejistas tenham arcado com uma parte desse frete para atrair consumidores.

Segundo a Neotrust, o cartão de crédito foi o instrumento mais usado para as compras, representando 81% do total e com crescimento de 6% em relação ao ano passado. O uso do boleto bancário atingiu 10%.

O Pix, que vem se popularizando, teve 2% do total. O número mais baixo se deve ao período em que a Black Friday é realizada. No fim do mês, os consumidores costumam ter menos dinheiro em conta e preferem optar pelas parcelas do cartão de crédito ou pelos dias úteis que o boleto fornece até o vencimento.

De acordo com projeção da ClearSale, empresa referência em antifraude, o valor de fraudes evitadas até 23h da sexta-feira foi de R$ 66.304.658,05.

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