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Entrevista

Em entrevista à Folha de Pernambuco, Sudene elege as prioridades para 2025

O superintendente da Sudene, Danilo Cabral, destacou o conjunto de investimentos previsto para o Nordeste e fez balanço das verbas executadas no ano passado

Superintendente da Sudene, Danilo CabralSuperintendente da Sudene, Danilo Cabral - Foto: Walli Fontenele/Folha de Pernambuco

Em entrevista à Folha de Pernambuco, o superintendente da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), Danilo Cabral, abordou temas prioritários da instituição, como próximos passos da Transnordestina, investimentos em energias renováveis e perspectivas para 2025. 

Quais as principais ações desenvolvidas pela Sudene em 2024?
O ano de 2024, com o PRDNE (Plano Regional de Desenvolvimento do Nordeste) e o PPA (Plano Plurianual) aprovados, já é um ano onde a gente vê materializada parte das entregas. Eu diria que uma entrega importante e de caráter permanente, foi o reposicionamento da instituição. A gente chegou na Sudene com a percepção de esvaziamento do órgão que já vinha num processo histórico, mas que foi consolidado no governo do presidente Bolsonaro. Então, a tarefa principal nossa foi reconectar a Sudene primeiro com os governadores e, hoje, a gente tem isso consolidado, uma relação com o Consórcio Nordeste e a presença dos governadores também no próprio Condel (Conselho Deliberativo da Sudene).   

Como está a articulação para melhorar o volume de recursos de instituições financeiras para a região? 
A gente tem um plano e tem um conjunto de investimentos que está previsto na região. Esse investimento está presente em várias instituições como o Banco do Nordeste, que é o principal financiador dessas políticas, através do FNE (Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste), que cabe a Sudene definir as regras. São R$ 47 bilhões exclusivamente do FNE através do Banco do Nordeste. Nós temos o FDNE (Fundo de Desenvolvimento do Nordeste) que também é um fundo que a Sudene administra. Ano passado foram R$ 2 bi­lhões executados, a maioria quase toda destinada para a transição energética e a outra parte para a Transnordestina. Também temos recursos que vêm do BNDES, da Caixa Econômica, da própria Finep (De­partamento Regional da Financiadora de Estudos e Projetos), além dos esforços que são feitos pelos esta­dos através das agências de fomento. 

Nós reativamos o comitê que integrava essa leitura dos investimentos na região. A gente precisa estar dialogando com o outro para que a gente não esteja fazendo investimentos que tenham um volume maior num determinado segmento e que estejam esvaziados na outra. O Coriff (Comitê Regional de Instituições Financeiras Federais) foi reativado e a gente mudou a exigência de participação no Coriff. Nós qualificamos que só poderia participar do Coriff quem fosse diretor ou ocupasse função estratégica nesses órgãos que a gente trouxe para dentro da Sudene. 

Como a Sudene atua no desenvolvimento das energias renováveis? 
No ano passado, nós executamos R$ 2 bilhões do FDNE, e R$ 1,2 bilhão foi todo investido em projetos de energia solar e eólica. A única exceção, que também é uma prioridade nossa, por determinação do presidente Lula, do ministro Waldez, e por compreensão e compromisso nosso, é a Transnordestina que a gente liberou R$ 811 milhões, ou seja, dos R$ 2 bilhões do ano passado, R$ 1,2 bilhão foi destinado à energia. E no FNE nós temos linhas específicas, que é tocado pelo Banco do Nordeste, que é para financiamento de energia, como o FNE Solar. Tem várias linhas que são financiadas através disso. Essa política de transição energética é um dos eixos da Nova Indústria Brasil. 

Como  estão as obras da Transnordestina para o trecho Salgueiro-Suape, em Pernambuco? 
O ministério da Infraestrutura es­tá fazendo, nesse exato momento, os projetos básicos e executivos daquilo que deixou de ser feito. Temos algo em torno de 500km, que é o trecho Salgueiro até Suape. Tem um pouco mais de 200km que está realizado, e a gente precisa reto­mar o que não foi realizado, para isso foi contratado um consórcio que, neste exato momento, está elaborando esse projeto. O Governo Federal colocou essa obra no PAC, e quando a gente coloca essa obra no PAC quer dizer que ela tem um carim­bo de prioridade no orçamento pú­blico brasileiro. Nós temos R$ 400 milhões que foi colocado do PAC nesta obra e temos um contrato já de R$ 16 milhões para a elaboração desse projeto. A informação que temos, e estamos acompanhan­do de perto, dito pelo ministro Renan, é que a expectativa é que a gente tenha agora no 1º semestre de 2025 o lançamento do edital do lote de retomada do 1º trecho Salgueiro-Suape.

Quais as perspectivas da Sudene para 2025? 
Nós temos investimentos que só do FNE (Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste) foram R$ 48 bilhões, é o maior investimen­to da história do FNE/Sudene/Banco do Nordeste. A gente viu os dados recentes de turismo, colocando o Nordeste como o maior destino do Brasil, ou seja, nós temos uma perspec­tiva de retomada do protagonis­mo do Nordeste. Nós vamos mais uma vez mostrar, como fizemos isso em outros momentos, que o Nordeste é parte da solução do Brasil e não parte do problema. E a Sudene continuará sendo esse elo integrador, facilitador e mobilizador, colocando esses recursos que nós temos através dos dois fundos e dos incentivos fiscais para gerar investimento.

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