Em meio à crise hídrica, Guedes comemora 'consumo de energia elétrica bombando'
Especialistas avaliam que a alta da energia elétrica deve ficar mais cara para o consumidor até o fim do ano
Em meio à pior crise hidrológica desde 1930, que aumentou o custo da conta de luz, o ministro da Economia, Paulo Guedes, comemorou nesta terça-feira (13), que o consumo de energia elétrica está "bombando".
A declaração de Guedes foi dada durante seu discurso na cerimônia alusiva à sanção do projeto de capitalização da Eletrobras, publicada no "Diário Oficial da União" desta terça. O ministro falava da retomada da economia brasileira sob os efeitos da pandemia de Covid.
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"O Brasil segue adiante, presidente. Este ano, vamos crescer aí uns 5%. Quer dizer, a economia brasileira caiu muito menos que o esperado, voltou muito mais rápido que o esperado. Consumo de energia elétrica bombando, consumo de eletricidade bombando, arrecadação bombando", afirmou Guedes.
"Todos os setores da economia, todas as regiões criando emprego. Estamos criando aí um milhão de empregos a cada quatro meses. Então, o Brasil e a democracia brasileira mais uma vez surpreendem o mundo", disse o ministro da Economia. O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque não fez menção à crise hídrica.
Na semana passada, reunião da Câmara de Regras Excepcionais para Gestão Hidroenergética (CREG) confirmou o reajuste das tarifas das bandeiras de energia pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). Ficou definido que, por meio de uma consulta pública, a agência irá avaliar um novo reajuste para a bandeira vermelha patamar 2.
Especialistas avaliam que a alta da energia elétrica deve ficar mais cara para o consumidor até o fim do ano, com o aumento da bandeira vermelha devido ao baixo nível de água nos reservatórios das hidrelétricas. O presidente Jair Bolsonaro discursou na cerimônia e fez uma série de menções a Guedes.
Bolsonaro disse que não havia sido "completamente convertido pelo Paulo Guedes" ao dizer que não estava em seu radar a privatização da Caixa Econômica Federal.
Depois, referiu-se ao ministro como "mão de vaca" e o comparou ao personagem Tio Patinhas, um ricaço pão duro. "É um verdadeiro Tio Patinhas, não consegue tirar nada dele", afirmou.
Na semana passada, em entrevista, Bolsonaro já havia dito que estava pressionando Guedes para que arrumasse no Orçamento cerca de R$ 5 bilhões para obras viárias.