Em metade dos lares com insegurança alimentar, renda per capita era inferior a meio salário mínimo
Quanto maior o rendimento, maior o acesso a alimentos. Apenas 2,6% dos domicílios com renda per capita superior a dois mínimos enfrentavam insegurança alimentar moderada ou grave em 2023
A renda é um dos fatores que afeta diretamente o nível de segurança alimentar das famílias, revela pesquisa do IBGE divulgada nesta quinta-feira (25). Metade dos lares (50,9%) com redução quantitativa e qualitativa dos alimentos ou risco de fome - ou seja, que viviam sob insegurança alimentar moderada ou grave - tinham renda domiciliar per capita inferior a meio salário mínimo (abaixo de R$ 660 por pessoa) em 2023.
Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PnadC) do IBGE. A pesquisa revela que, quanto maior a renda, menor é a chance de a família sofrer episódios de fome ou ter que lidar com redução na quantidade e qualidade dos alimentos.
Leia também
• Consumo nos lares avança 3,13% em março ante o mesmo período de 2023, mostra Abras
• Quase 60% dos lares com insegurança alimentar são chefiados por mulheres
Nos domicílios com renda per capita de mais de 2 salários mínimos, só houve insegurança alimentar moderada ou grave em 2,6% dos lares.
— Os domicílios com menores rendimentos contribuem bastante para formar a insegurança alimentar moderada e grave no país — afirmou André Martins, analista do IBGE.
A pesquisa foi elaborada com base na metodologia adotada na Pnad de 2004, 2009 e 2013 e na Pesquisa de Orçamentos Familiares dos anos de 2017-2018. O levantamento classifica as unidades domiciliares segundo os graus atribuídos pela Escala de Insegurança Alimentar brasileira.