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Em onda de calor, Brasil terá primeira térmica com gás do pré-sal

Empreendimento está em testes finais, realizado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico, e recebeu investimentos de US$ 500 milhões

Térmica Marlim Azul, localizada em Macaé, no Norte Fluminense, é movida a gás do pré-sal Térmica Marlim Azul, localizada em Macaé, no Norte Fluminense, é movida a gás do pré-sal  - Foto: Divulgação

Em um momento em que o Brasil enfrenta ondas recordes de calor, o país vai ganhar a primeira usina termelétrica que vai gerar energia a partir do gás natural do pré-sal. Pátria Investimentos, Shell e Mitsubishi Power querem colocar em operação já nos próximos dias a unidade Marlim Azul, localizada em Macaé, no Norte Fluminense.

A unidade está em fase final de testes e depende apenas do aval do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) para iniciar a operação comercial. A usina Marlim Azul foi o primeiro projeto vencedor dos leilões de energia com gás natural do pré-sal brasileiro, realizado em dezembro de 2017 pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

O empreendimento consumiu investimentos de US$ 500 milhões e tem capacidade para gerar 565 MW, valor que corresponde ao abastecimento de 2,5 milhões de residências. Na semana passada, o Brasil bateu dois recordes seguidos, com a demanda superando pela primeira vez os 100.000 MW, segundo dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

A produção de energia gerada pela térmica será fornecida para 25 distribuidoras de gás natural em 22 estados através de contratos já estabelecidos no leilão, explica Bruno Chevalier, CEO da empresa. Uma parte residual será destinada ao mercado livre de energia, que será comercializada pela Shell Energy Brasil.

Segundo ele, a térmica vai operar 100% do tempo durante os meses de novembro a abril, conforme previsto no edital do leilão. A expectativa para o restante do ano é que seja acionada em mais de 50% do tempo.

— A térmica tem um papel complementar no sistema elétrico. É apenas apertar um botão. E não depende de sol, de chuva ou vento. Nossa expectativa é já ser chamado pelo ONS porque as térmicas estão sendo chamadas no atual momento. O clima está cada vez mais imprevisível — defende Chevalier.

O empreendimento, cujas obras sofreram o impacto da pandemia da Covid-19 nos últimos anos, gerou ao todo 1.500 empregos diretos. O gás usado na térmica vem de vários campos operados pela Petrobras em parceira como a Shell através de uma rede de gasodutos de 300 quilômetros até a estação de Cabiúnas, em Macaé.

A partir desse terminal, onde o gás é tratado, foi construído outro gasoduto de 20 quilômetros até a térmica com capacidade de transporte de dois milhões de metros cúbicos por dia.

— Temos capacidade para dobrar a produção da térmica. Estamos já em processo de licenciamento. É um projeto estimado em mais US$ 400 milhões. Hoje, as térmicas são fundamentais para a matriz energética e segurança do sistema.

Amanhã, haverá um evento para marcar o início de funcionamento da unidade com a presença de executivos e autoridades. Para o executivo, há muito preconceito com as térmicas.

— Nem todas as térmicas são caras e poluentes. O gás do pré-sal precisa ser evacuado e gerar energia. Mas, para isso, é preciso ter um fluxo constante. Por isso, vai operar 100% do tempo entre novembro e abril. A expectativa é operar na média do ano em 80% do tempo, pois teremos preços competitivos, na casa dos R$ 170 por megawatt. Há térmicas com preços variados, de até R$ 2 mil por megawatt — compara Chevalier.

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