Governo

Em reunião com Lula e Haddad, Lira se queixa de relacionamento e de vetos do governo

Presidente da Câmara sinaliza que Haddad terá que convencer líderes sobre MP que pode levantar R$ 35 bi

Presidente da Câmara, Arthur Lira (PP)Presidente da Câmara, Arthur Lira (PP) - Foto: Arthur Mota / Folha de Pernambuco

Em reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), apresentou queixas ao governo sobre a postura do Executivo durante a tramitação de pautas econômicas.

Chamado ao Palácio do Planalto nesta terça-feira, Lira reclamou, segundo O Globo apurou, da imposição de vetos, pelo governo, a propostas importantes sem um diálogo franco com o Congresso. Isso teria ocorrido, segundo o deputado, nas leis que tratam do marco fiscal, do voto de qualidade do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), bem como no marco de garantias.

Durante a conversa, enquanto Lula falou sobre a importância da agenda de Haddad, o deputado se ateve a problemas políticos que impedem a agenda econômica de avançar.

Haddad, que está sob pressão pela perspectiva de alteração da meta fiscal, ouviu do parlamentar que ele precisará gastar saliva com líderes para aprovar, por exemplo, uma medida que pode render R$ 35 bilhões de arrecadação ao governo. Trata-se da Medida Provisória que aumenta a tributação de grandes empresas que possuem benefícios fiscais de ICMS.
 

Segundo Lira, os parlamentares não estão preocupados com o formato da proposta — houve a discussão se a MP poderia ser aproveitada em projeto de lei —, mas sim com o mérito da iniciativa.

Ao ouvir o presidente da Câmara, Haddad teria acenado com uma conversa com os representantes de partidos para a próxima semana, com o objetivo de destravar a pauta.

A alteração da meta fiscal, segundo interlocutores, não foi tratada diretamente na reunião, embora os temas que tratam da arrecadação sejam importantes para fixar o parâmetro. Em conversa com jornalistas na semana passada, Lula indicou que o governo não deve zerar o déficit fiscal em 2024, como prega o ministro da Fazenda.

O encontro entre Lula e Lira foi pré-marcado na segunda-feira, quando o deputado ainda estava em Maceió. Nesta terça-feira, Lira recebeu um telefonema por volta das 18h30 e se dirigiu ao Planalto.

O presidente da Câmara foi recebido por Lula e se surpreendeu com a presença de Haddad, já que não havia sido avisado de sua presença, segundo aliados de Lira.

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