Em vídeo, BC desmente taxação de Pix e alerta sobre golpes: "Não acreditem em qualquer lorota"
Autarquia ainda cita hit "Descer para BC" no vídeo com humor ácido
O Banco Central (BC) publicou um vídeo nesta quarta-feira em que ironiza as fake news que estão circulando sobre o Pix, como a taxação ou a quebra do sigilo bancário. No vídeo, o BC cita o hit "Descer para BC", reforça que nada muda nas regras do Pix e alerta para novos golpes.
— BC na área full pistola, porque vocês decidiram descer para BC no comecinho do ano com essa lorota de que o Pix vai ser cobrado. Nada muda nas regras do Pix, bebê. Se você fazia pix gratuitamente, vai continuar fazendo. Não tem nenhuma tarifa nenhuma, ninguém vai quebrar seu sigilo e espionar para quem você está fazendo Pix — disse o vídeo animado.
O "BC sincero" é uma nova abordagem do BC nas redes sociais que trata dos assuntos da autarquia com uma linguagem leve, cheia de memes e com humor ácido.
Na publicação desta quarta, o BC ainda diz que não vai deixar as mentiras se espalharem.
— Se o tio do zap espalhador de fake alugar um prédio na cabeça com essa história de que o pix vai ser cobrado, a gente vai lá e derruba. Não acreditem em qualquer lorota que vocês ouvem por aí.
Por fim, o vídeo faz um alerta para os novos golpes que estão circulando a partir das fake News. Criminosos estão enviando boletos para as pessoas cobrando a taxa pela utilização do Pix, com o logotipo da Receita Federal.
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A publicação ocorre após uma medida da Receita Federal gerar uma série de desinformação, fake News e dúvidas, especialmente sobre o Pix. Após a forte repercussão negativa, o governo resolveu revogar a norma.
A instrução normativa, porém, não tinha nenhuma novidade específica sobre o Pix. O órgão passou a exigir das chamadas fintechs a partir de 1º de janeiro algo que já era cobrado dos bancos tradicionais: notificar movimentações globais a partir de um determinado valor.
Movimentações acima de R$ 5 mil para pessoas físicas em Pix ou em outras transações financeiras, como TED e cartão de débito seriam informadas à Receita. Com o recuo do governo, fica valendo as regras anteriores, que demandavam o envio ao fisco das movimentações que superassem R$ 2 mil, no caso de pessoas físicas, e apenas de bancos.
Queda no número de transações
Conforme levantamento realizado pelo Globo com base nos dados do Sistema de Pagamentos Instantâneos (SPI) do BC, a quantidade de operações Pix entre 4 e 10 de janeiro somou 1,250 bilhão, uma queda de 10,9% ante o mesmo período de dezembro. O levantamento compara a variação entre dois meses consecutivos desde a criação do Pix, em novembro de 2020.
Antes disso, o maior recuo no número de transações nesse intervalo havia ocorrido em janeiro de 2022 na comparação com o mês anterior (-7,5%).
O intervalo de dias entre 4 e 10 concentra o maior volume de transferências de cada mês, já que inclui as datas em que a maioria dos salários é paga. Ou seja, esse período de análise ajuda a retirar a sazonalidade das movimentações.
Tradicionalmente, ocorre uma redução no número de transações Pix entre o início de dezembro e janeiro. No último mês do ano, há um componente sazonal forte, com a entrada do 13º salário e as compras de Natal.
No início de 2025, porém, não só a queda ante dezembro foi mais forte, como o número de transações de 4 a 10 de janeiro também ficou aquém do mesmo período de novembro, outubro e setembro de 2024.
Isso é atípico para o Pix, que virou um sucesso absoluto e revolucionou a forma que a população brasileira lida com o dinheiro. As transações pelo meio de pagamento crescem de forma praticamente ininterrupta desde sua criação. Além dos meses de janeiro de 2025, 2024, 2023 e 2022, o único recuo mensal, no período de 4 a 10 de cada mês, foi em julho do ano passado.
Para o BC, a variação em janeiro está dentro do padrão sazonal.