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Banda larga

Empresa controlada por BTG pode comprar clientes de banda larga da Oi

Segundo tele carioca, credores e V.tal assinaram acordo envolvendo usuários da ClientCo

 Oi colocou à venda sua fatia na V.tal e a carteira de 4 milhões de clientes de fibra óptica, reunidos na ClientCo Oi colocou à venda sua fatia na V.tal e a carteira de 4 milhões de clientes de fibra óptica, reunidos na ClientCo - Foto: Reprodução/Arquivo/Agência Brasil

A Oi, que aprovou seu segundo plano de recuperação judicial na semana passada, informou nesta segunda-feira que seus credores celebraram um acordo no qual a V.tal se compromete a comprar os clientes de banda larga da operadora móvel que estão reunidos na ClientCo. O negócio só será efetivado se não houver interessados nos mais de 4 milhões de clientes de internet fixa.

A V.tal é uma empresa de rede neutra de telecomunicações dona de 400 mil quilômetros de fibra óptica. O BTG, através de fundos, tem 68,8% das ações da companhia. Dentro desse percentual, estão instituições como o Canada Pension Plan Investment Board (CPPIB) e o GIC, fundo soberano de Cingapura. A Oi tem os 31,2% restantes da companhia.

Para aprovar o seu segundo plano de recuperação judicial, a Oi colocou à venda sua fatia na V.tal e a carteira de 4 milhões de clientes de fibra óptica, reunidos na ClientCo (que está em uma Unidade Produtiva Isolada, UPI). Juntos, os dois negócios devem render pouco mais de R$ 15 bilhões aos credores da tele carioca com base nos valores mínimos informados pela companhia.

Segundo o comunicado divulgado nesta segunda-feira, a Oi informou que o processo previsto de venda da carteira de ClientCo será feita em cinco lotes de forma “a maximizar a competitividade e, consequentemente, o montante a ser arrecadado”. Caso não haja interessados, a V.tal fará uma proposta. Essa foi uma exigência imposta pelos credores financeiros para fechar o acordo e injetar ainda US$ 135, 8 milhões em uma linha de financiamento emergencial.

Para especialistas, não há restrição regulatória para que uma empresa tida como neutra tenha clientes de banda larga.

Além disso, o principal grupo de credores também exigiu que a V.tal fizesse um financiamento para a Oi. Segundo o comunicado, a tele informou que a V.Tal vai aportar R$ 758,5 milhões. Os dois valores estão do total de aporte de recursos informado pela Oi na sexta-feira, de U$ 655 milhões (cerca de R$ 3,3 bilhões).

Com o aporte de recursos dos credores, eles poderão ter até 80% do capital social da Oi, caso o plano de recuperação judicial seja aprovado pela Justiça. Além disso, há desconto na dívida, que pode variar e chegar a 90% a depender da classe de credor.

A tele carioca tem divida bruta financeira de R$ 36,5 bilhões referente ao balanço do quarto trimestre de 2023. Com a aprovação do no novo plano, a dívida da empresa terá uma redução de cerca de 70%, segundo estimativas do mercado.

A tele carioca entrou com seu segundo pedido de recuperação judicial em março de 2023 na Justiça do Rio de Janeiro, dois meses depois de sair de uma das maiores reestruturações de dívida de todos os tempos no Brasil.

Com a venda dos ativos, a Oi ficará apenas com a Oi Soluções (de clientes corporativos), operações fixas, os clientes de TV, a rede de cobre, a Tahto (atendimento) e a Serede (de manutenção).

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