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Pernambuco: empresários defendem colaboração para bares, restaurantes e eventos

Novas restrições estão sendo adotadas nos setores de eventos e de bares e restaurantes de Pernambuco para conter o avanço da Covid-19 e da Influenza. As medidas vão até o dia 31 de janeiro. Os empreendedores do setor buscam evitar prejuízos

Estabelecimentos de alimentação voltam a trabalhar com limites e terão de pedir passaporte vacinal, enquanto eventos tem a sua capacidade reduzidaEstabelecimentos de alimentação voltam a trabalhar com limites e terão de pedir passaporte vacinal, enquanto eventos tem a sua capacidade reduzida - Foto: Ed Machado/Folha de Pernambuco

Por conta do aumento de casos da Covid-19 e da gripe H3N2 em Pernambuco, o Governo do Estado anunciou novas medidas restritivas para alguns setores econômicos. Os anúncios foram recebidos com preocupação pelos setores de bares, restaurantes e eventos, que passaram por um período sem atividades desde março de 2020. Os empresários pedem hoje um maior diálogo e colaboração para evitar novos prejuízos econômicos.  

O setor de eventos foi o que teve mais mudanças, sendo a principal na redução de público permitido. Agora, o limite é de até 3 mil pessoas em locais abertos, de 1 mil em espaços fechados ou 50% da capacidade do local, valendo o que for menor. Além disso, continua a exigência da comprovação vacinal com duas doses ou dose única para quem tem até 54 anos e o reforço para quem tem a partir de 55. Passa a ser exigido nos eventos a apresentação do teste negativo para a Covid, caso tenham mais de 300 pessoas, com o exame sendo feito com 24 horas de antecedência no caso do teste rápido de antígeno e 72 horas para exames de RT-PCR.

As novas regras já estão em vigor e seguem até o dia 31 de janeiro. Já no caso dos serviços de alimentação, será exigido o passaporte vacinal com duas doses ou dose única para pessoas até os 54 anos de idade e, a partir dos 55, também o reforço. A quantidade de pessoas por mesa não pode passar de 20. A medida é válida para restaurantes, bares e lanchonetes, inclusive shoppings e centros comerciais.

Espera de dias melhores
O proprietário da All News, Marcelo Barraca tem eventos programados para os próximos dias e no mês de fevereiro. Segundo ele, a realização será possível para que um prejuízo maior não aconteça e devido ao bom relacionamento com os artistas. “Não podemos deixar de fazer, é o primeiro ano do evento. Temos uma parceria muito grande com os artistas e conseguimos fazer, mas não se paga. Temos que cumprir pela relação com os artistas e também com as pessoas que compraram os ingressos. O governo do Estado vem nos ajudando, aqui a vacinação está avançada”, disse.

Marcelo Barraca, proprietário da All News Marcelo Barraca, proprietário da All News | Foto: Arthur Mota/Folha de Pernambuco

Além dos produtores de eventos, o trabalho também ficou comprometido para empresas que montam estruturas para os eventos, como a Happy Estruturas, de João Mendes. Segundo ele, a empresa terá a quantidade de funcionários reduzida para atender aos eventos que ainda serão realizados. “Vamos sentar, reavaliar, demitir os funcionários novamente, já que não tem o evento, é se readequar novamente, porque o prejuízo é incalculável, tem muitos trabalhadores envolvidos. O impacto é muito grande, e algumas festas já estavam prontas. Fizemos investimentos em material”, afirmou.

João Mendes, proprietário da Happy EstruturasJoão Mendes, proprietário da Happy Estruturas | Foto: Arthur Mota/Folha de Pernambuco

Para o sócio da Tampa Entretenimento, Henrique Figueira, é preciso encontrar mais soluções para que o setor possa conseguir uma melhor atuação. “Tínhamos eventos como o Olinda Beer, que somos sócios, e cancelamos, além de reduzir a capacidade de outros eventos. As bandas nos ajudaram, reajustaram os cachês para que a gente possa realizar os eventos. Os eventos acontecendo de forma segura, com proteção, é possível”, declarou.

Henrique Figueira, sócio da Tampa EntretenimentoHenrique Figueira, sócio da Tampa Entretenimento | Foto: Arthur Mota/Folha de Pernambuco 

Já o sócio da BG Promoções, Bruno Rego, aponta que o prejuízo é grande, mas as medidas devem ser respeitadas para a atuação. “Fomos bem atendidos essa semana pelos órgãos de fiscalização, tivemos uma reunião prévia antes de um evento para o final de semana, em Porto de Galinhas. Iremos atuar com responsabilidade, o prejuízo é astronômico e iremos cumprir porque lei e decreto devem ser respeitados, mesmo com prejuízos financeiros. Vamos continuar ajudando, quanto menos vidas a gente perder, mais vamos ficar felizes e continuar ajudando”, finalizou. 

Bruno Rego, sócio da BG Promoções Bruno Rego, sócio da BG Promoções | Foto: Arthur Mota/Folha de Pernambuco

Bares e restaurantes
De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes em Pernambuco (Abrasel/PE), André Luiz Araújo, pelo bem da saúde pública, o setor, mais uma vez, está disposto a colaborar, adotando as novas regras, porém não sem questionar e alertar para o fato de que existem outros setores que apresentam taxas de contaminação bem maiores, chegando, juntos, a quase 80%. “Estamos falando dos transportes em massa, dos parques públicos e das praias. Esses lugares sim deveriam ter um acompanhamento mais próximo. A eficácia da fiscalização nesses locais para combater a disseminação dos vírus, em um momento de dificuldade na saúde pública, seria maior”, explicou André.

“Há quase dois anos, montamos com o Governo uma série de regras para serem aplicadas pelo setor de bares e restaurantes, e seguimos cumprindo o que foi acordado. A taxa de sucesso é alta, mais de 94%, algo comprovado pelas fiscalizações feitas pelo Procon durante o período da pandemia. Sempre demonstramos nossa colaboração e somos a favor da vacinação, que é algo essencial para a retomada do setor”, acrescentou o presidente da Abrasel/PE.

Eventos ficam mais difíceis
Na avaliação do diretor regional da Associação Brasileira dos Promotores de Eventos de Pernambuco (Abrape), Valder Bernardo, a decisão não proíbe a realização dos eventos, porém torna difícil o acontecimento. O setor passou cerca de 700 dias com o funcionamento parado, por conta das medidas de prevenção contra a Covid-19.  

“O setor tinha uma série de eventos baseados na última normativa, que permitia 7,5 mil pessoas. Não proíbe, mas inviabiliza. Quando você formata um evento, ele é baseado no público que está autorizado no momento. Vários eventos devem ser cancelados. Éramos obrigados a exigir vacinação, e agora vamos pedir teste. Praias lotadas, shoppings, só o setor de eventos está sendo impedido de funcionar, estamos há dois anos sem trabalhar, voltamos e o número divulgado mostra uma redução. É difícil entender o critério”, contou.

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