Empresários reagem à PEC que amplia emendas na Alepe
Através de suas entidades de classe, empresários assinaram um manifesto que está circulando na manhã desta sexta-feira contra PEC da Alepe
Indignação é o sentimento que tomou conta do empresariado pernambucano com a Proposta de Emenda à Constituição, que eleva de 1,2 para 2% o montante da Receita Corrente Líquida do Estado destinado à execução de emendas parlamentares.
Da agricultura à indústria, do comércio às empresas de tecnologia, a indignação atingiu inúmeros empresários e empresárias diante da possibilidade de 49 deputados decidirem o que fazer com um volume de recursos que chega perto dos R$ 500 milhões. Através de suas entidades de classe, eles assinaram um manifesto que está circulando na manhã desta sexta-feira.
“Essa não é uma pauta política, é econômica”, ressalta o presidente da Fiepe, Bruno Veloso. “Temos certeza absoluta de que se trata de um dinheiro mal gasto”, afirmou. “É inconcebível que uma PEC como essa seja proposta num estado que precisa de recursos para investimentos”, disse Halim Nagem, presidente do Movimento Atitude Pernambuco.
A PEC foi aprovada pela Comissão de Justiça da Assembleia Legislativa, na última terça-feira, um dia após a Federação das Indústrias de Pernambuco (Fiepe) ter lançado o Fórum Permanente de Infraestrutura do Estado, uma iniciativa para tentar entender – e acompanhar – por que as obras não avançam em terras pernambucanas.
O projeto é uma iniciativa do deputado Coronel Alberto Feitosa (PL), sob o argumento de reajustar o valor das emendas parlamentares, com base na modificação que foi feita para as emendas parlamentares em nível federal.
Diversas entidades assinaram o manifesto. “Representantes do setor produtivo pernambucano manifestam preocupação com a proposta em debate na Assembleia Legislativa (Alepe), que acarretará, a curtíssimo prazo, na elevação da parcela de recursos públicos cuja aplicação será definida de forma fragmentada, implicando na diluição de parte da capacidade de investimento do Governo do Estado”, diz o documento.
Assinado por entidades da indústria (Fiepe e Ciepe), do comércio (Fecomércio-PE e ACP), da agricultura (Faepe), de cargas e logística (Fetracan) e associações como Movimento Atitude Pernambuco, Lide-PE, Associação das Empresas de Suape e de tecnologia (Softex, Assespro e Núcleo de Gestão do Porto Digital), ele demonstra uma reação pouco vista em torno de uma questão local.
“Esse manifesto da classe empresarial externa uma preocupação grande com o orçamento do estado. Nós sabemos que os recursos estaduais têm despesas obrigatórias e o que sobra para investimentos em infraestrutura é pouco. Se esses recursos são retirados para os deputados fazerem suas despesas, sabemos que não haverá uma conexão entre os investimentos. Isso tira do estado o poder para decidir e fazer os investimentos necessários para o desenvolvimento econômico e social”, disse Bruno Veloso.