Dívidas

Endividamento das famílias no Recife é de 81,5% de acordo com a Fecomércio

Índice de inadimplência subiu 2,3 pontos percentuais em agosto comparado ao mês anterior e representa uma alta depois de 3 meses de queda

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Taxa de endividamento chega a 81,5% no Recife. Após 3 meses de queda, agosto apresentou alta nos níveis de inadimplência na cidade. Os dados se referem ao mês de agosto e são Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), com recorte local feito pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Pernambuco (Fecomércio PE).

Dos que estão com contas em atraso, mas ainda não estão inscritos em programas de proteção ao crédito, o número foi de 28,6%. Em agosto, 16,1% declararam que não terão condições de pagar as contas no próximo mês, um aumento de 0,4 ponto percentual em relação ao mês anterior. 

Origem do débito
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Já na análise da origem das dívidas, o cartão de crédito foi apontado como principal motivo da inadimplência no município, sendo mencionado por 95,3% dos endividados. Entre as famílias com mais de 10 salários mínimos, o financiamento de carros teve destaque, com 29% dos entrevistados desse perfil informando débito. Enquanto para as famílias com renda até 10 salários mínimos, o percentual é de apenas 3,7%. 

Bernardo Peixoto, presidente da Fecomércio-PE, explica que o aumento do endividamento, mesmo que moderado, aponta a necessidade de medidas que incentivem a recuperação do emprego e a educação financeira. 

Cenário

A situação é mais crítica para as famílias com renda de até 10 salários mínimos, das quais 37,7% possuem contas em atraso. Entre as famílias de maior renda, esse percentual é significativamente menor, atingindo apenas 7,4%.

O economista da Fecomércio-PE, Rafael Lima, aponta que o aumento no endividamento e a elevação moderada da inadimplência refletem um cenário de crédito restrito e recuperação lenta da renda familiar. 

“Com o mercado de trabalho ainda fragilizado e altos níveis de informalidade, a seletividade na concessão de crédito tem limitado o poder de consumo das famílias. Além disso, os custos adicionais decorrentes de juros e multas por inadimplência, especialmente no uso do cartão de crédito, agravam a situação financeira dos consumidores”, afirma.

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