Energia solar avança no mercado nacional
A fonte fotovoltaica ultrapassou as Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) e agora é a quarta maior fonte geradora no Brasil
A energia solar foi um forte destaque no ano de 2022 por causa da grande demanda e da estimativa de crescimento. De acordo com a Agência Internacional de Energia (IEA), foi previsto que o uso de energia solar poderia chegar a 30% da matriz em todo o mundo ainda este ano. O Brasil, por exemplo, entrou na lista dos 20 países líderes em capacidade instalada de energia solar no mundo. Presente no mercado brasileiro desde 2011, este ano, a fonte solar ultrapassou a marca de 14 gigawatts de potência operacional.
Em agosto deste ano, a energia solar centralizada (centrais fotovoltaicas) ultrapassou as PCHs (Pequenas Centrais Hidrelétricas), e tornou-se a 4ª maior fonte de geração no Brasil, segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Em termos individuais, a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar ) expôs que o Brasil ultrapassou 1 milhão de unidades consumidoras de energia solar, e em 2021 a Sicredi Recife apresentou um crescimento de cerca de 275% na procura por financiamento de energia solar em relação ao ano anterior.
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Segundo mapeamento da Absolar, a região Nordeste chegou a 233 mil sistemas fotovoltaicos de pequeno e médio portes no primeiro semestre de 2022. Contando com todos os consumidores que recebem a energia desses sistemas, foram somadas cerca de 319 mil unidades, o que gerou o equivalente a 2,5 gigawatts de potência operacional.
Marco legal
Ainda este ano, foi aprovado um marco legal, publicado em janeiro no Diário Oficial da União, que declara que micro e minigeradores de energia não pagam tarifas pelo custo de distribuição. Em contrapartida, essa mesma lei define que os mesmos geradores só terão esses benefícios até o ano de 2045, quando haverá uma transição com novas normas e leis.
Imóveis que possuem energia solar integrada também recebem maior valorização. Com o crescimento da procura por essa fonte renovável, há também o enaltecimento da área. Em relação ao seu custo, depende do projeto e da quantidade de energia que precisa ser gerada, podendo variar entre R$ 3 mil, R$ 50 mil e até mesmo milhões de reais.
“A geração própria de energia será remunerada pelos benefícios que traz ao meio ambiente e ao sistema elétrico”, afirma Jean Paul Prates, senador e apoiador do marco legal.
Desde 2012, quando começou sua produção em solo brasileiro, a geração solar centralizada já gerou mais de R$ 26,7 bilhões em novos investimentos e cerca de 150 mil empregos. Em relação aos cofres públicos, a arrecadação chegou a aproximadamente R$ 8,2 bilhões.
Pernambucana em ascensão
Em Pernambuco, uma empresa que atua no segmento é a Via Energy Brasil. Com quase dois anos de presença no mercado, a marca já conta com quase 200 usinas instaladas e tem a expectativa de que até o fim do ano mais 37 usinas sejam concluídas.
“Percebemos que existiam falhas no mercado e então decidimos atuar para reparar esses erros. Temos nosso foco no mercado de residências e também pontos comerciais de médio porte. Estamos somente neste mês com mais de 30 obras em andamento, até o fim do ano. Com as usinas, a gente visa além do lucro, receita para os clientes e hoje bate aproximadamente R$ 1 milhão por mês em energia”, disse o diretor comercial da Via Energy Brasil, Arthur Fidelis.
Segundo o diretor de engenharia da empresa, Lucas Rodrigues, o mercado hoje é abrangente e consegue suprir boa parte da energia no País. “O avanço da energia solar no Brasil é muito importante, se a gente não se esforçar e não atuar, o País teria um risco maior de sofrer algum apagão. A atuação veio para resolver um problema muito sério”, contou Rodrigues.
O diretor de operações, Eduardo Moura, destaca que as economias na conta de energia permitem que em muitos casos o cliente pague apenas a taxa mínima de energia. “Com as quase 200 usinas que temos instaladas, conseguimos proporcionar uma redução considerável”, acrescentou.