Enquanto o mundo demandar petróleo, vamos ofertar, diz Silveira ao falar sobre Margem Equatorial
Ministro de Minas e Energia defendeu estudos na região porque brasileiros teriam direito de conhecer potencialidades naturais do país
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, defendeu nesta terça-feira a pesquisa sobre o potencial de exploração de petróleo na Margem Equatorial, dizendo que a produção da commodity não deve ser interrompida enquanto houver demanda global.
Ele esteve em um painel do CEO Conference 2025, evento organizado pelo BTG Pactual em São Paulo.
— Não há de se falar em deixar de produzir combustíveis fósseis, não há de se deixar de produzir petróleo, em especial com uma empresa que nos orgulha tanto, que é a Petrobras, se a questão do petróleo não é uma questão de oferta, é uma questão de demanda. Enquanto o mundo demandar, não vamos ser nós que vamos poder deixar de ofertar — disse o ministro.
O Ibama analisa um pedido da Petrobras para perfurar um poço na Bacia da Foz do Amazonas, localizada na Margem Equatorial, inicialmente para pesquisa. A área está a cerca de 160 quilômetros da costa de Oiapoque (AP) e a 500 km da foz do rio Amazonas.
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Segundo técnicos do Ibama, a região possui um regime de correntes, marés, chuvas e ventos diferente das áreas já exploradas no Brasil, o que amplia incertezas sobre possíveis impactos ambientais.
No início do mês, o presidente Lula (PT) criticou a demora do órgão em conceder a autorização para exploração na região.
A aprovação das pesquisas na Margem Equatorial foi um compromisso assumido pelo governo com o novo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União/AP), parlamentar no estado onde as reservas são estimadas em 30 bilhões de barris.
Silveira destacou que o Brasil não pode arcar com um custo maior na transição energética devido a pressões externas, especialmente da Europa. Ele ressaltou que o país já possui uma matriz energética limpa, resultado tanto das condições naturais quanto de políticas públicas implementadas nas últimas décadas.
Ele também classificou como “hipocrisia” discutir transição energética sem considerar a importância do setor mineral:
— O brasileiro e a brasileira têm que ter o primeiro direito, dentro de uma legislação ambiental que já é extremamente moderna e segura, de conhecer suas potencialidades naturais, até porque é uma hipocrisia grande falar em transição energética e tentar demonizar a mineração. Não há transição energética sem os minerais críticos.