Entenda a reação do mercado financeiro às mudanças na Petrobras
Economista ressalta falta de confiança dos investidores
“A reação do mercado financeiro à mudança promovida na Petrobras é efeito direto da perda de confiança dos investidores no Brasil. Essa é a questão mais grave e que poderá impedir que a retomada do País aos índices financeiros da semana passada, por exemplo, não seja tão rápida”, explica o economista João Rogério Alves Filho da PPK Consultoria. Segundo ele, o presidente Bolsonaro usou de uma prerrogativa que lhe cabe ao trocar o comando da Petrobras - uma vez que a empresa de economia mista tem como acionista majoritário, a própria União. “No entanto, ele sinalizou com uma ruptura no modelo de gestão da empresa que não era esperado”, ressalta.
Alves lembra que, desde o governo Temer, a política de preços da Petrobras seguia o mercado internacional de petróleo. Assim, quando o custo do barril aumentava, os combustíveis seguiam essa alta. E vice-versa. Esse modelo continuou até a quinta-feira, dia 18. “Mas de repente, como nunca houve antes, o presidente da República decidiu questionar essa política de preços em uma live pela internet e, no dia seguinte, mudou o comando da petroleira”, comenta o economista.
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Essa mudança, conta, serviu como um alerta para boa parte dos investidores da Petrobras que, temendo uma perda nos seus ganhos, resolveu vender suas ações, causando essa queda não só da Petrobras, como da própria Bolsa. Por isso também, houve uma alta significativa no risco Brasil, de acordo com uma das agências classificadoras. Os investidores não estão muito confiantes de que o País poderá cumprir com seus compromissos.