Combustíveis

Estados congelam ICMS da gasolina por 90 dias

CombustívelCombustível - Foto: Arthur Mota/Folha de Pernambuco

Os estados brasileiros optaram por congelar o valor do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) cobrada sobre a venda dos combustíveis por 90 dias. Até o dia 31 de janeiro de 2022, o valor cobrado pelo imposto não vai mudar. O objetivo é a manutenção do chamado PMPF (Preço Médio Ponderado ao Consumidor Final) nos níveis vigentes em 1º de novembro de 2021 até 31 de janeiro de 2022. A decisão foi tomada pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), na última sexta-feira. 

O ICMS sobre combustíveis é cobrado de forma que considera uma média de 15 dias dos preços nos postos. Então, quando o valor do combustível sobe, o valor cobrado pelo estado também sobe mesmo que a alíquota se mantenha inalterada. A alíquota varia entre os estados, e em Pernambuco ela é de 27% para a gasolina e 16% na venda do Diesel.  

Segundo o secretário da Fazenda de Pernambuco, Décio Padilha, a proposta do congelamento é fazer com que a Petrobras negocie e reajuste a sua forma de comercialização dos combustíveis. 

“A solução é criar um fundo de equalização de preços ou revisar a política de preços da Petrobras, que é 100% atrelada ao dólar, 60% de seu custo é nacional, mas dolariza todas as suas vendas. Vamos levar o congelamento já publicado em diário oficial, congelando a alimentação, ficando pendente a Petrobras chegar e modificar sua política de preço ou criar um fundo de defasagem”, disse. 

Apoio do Senado
Para tentar contornar um problema, a Câmara aprovou neste mês um projeto de lei que muda a forma como o imposto é calculado. Ele passa a ser um valor fixo sobre o litro (e não mais um preço variável), que não pode ser superior à média dos últimos dois anos.

O projeto ainda precisa ser votado pelo Senado. Caso o projeto avance, os estados calculam perdas anuais superiores a R$ 20 bilhões. O congelamento do ICMS agora representa, na prática, uma perda menor do que deixar o imposto ser alterado pelo Congresso.

Décio conta ainda que apesar do congelamento, não significa que o combustível deixará de aumentar, já que a Petrobras já anunciou que o preço do produto está com 15% de defasagem. “A informação de mercado que se tem é que o combustível está defasado em 15% e não queremos que isso chegue ao consumidor. O ato não soluciona, mas é um gesto de que no que depender de nós vamos contribuir. O que debatemos é rever a política de preços ou criar condições para ter concorrência, ela precisa ter um mercado onde possam concorrer com ela, hoje ela só sobe combustível, distribuindo dividendos no Brasil”, afirmou o secretário.
 

Segundo Padilha, reforma tributária solucionaria o problema dos preços elevadosSegundo Padilha, reforma tributária solucionaria o problema dos preços elevados

Alta dos combustíveis
O preço médio da gasolina subiu 0,61% nas duas últimas semanas, passando de R$ 6,321 para R$ 6,36, de acordo com dados da Agência Nacional de Petróleo. É, assim, a décima segunda semana seguida entre altas e estabilidade nos preços. No ano, acumula avanço de 41,96%.

No diesel, a alta foi de 0,26% nas duas últimas semanas, passando de R$ 4,976  para R$ 4,983, destacou a ANP. No ano, a alta chega a 38,18% na bomba.

Veja também

iFood lança portal de dados e diz que entregadores trabalham 31,1 horas mensais pelo app
trabalhadores

iFood lança portal de dados e diz que entregadores trabalham 31,1 horas mensais pelo app

Desenvolvimento da IA não pode depender de "caprichos"do mercado, alertam especialistas da ONU
Inteligência Artificial

Desenvolvimento da IA não pode depender de "caprichos"do mercado, alertam especialistas da ONU

Newsletter