O protagonismo do etanol na geração de energia limpa no Brasil
Em palestra no 24º Seminário Regional Sobre Cana-de-Açúcar, Renato Cunha abordou perspectivas para o setor sucroenergético
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O presidente do Sindicato dos Produtores de Açúcar e do Álcool de Pernambuco (Sindaçúcar-PE) e vice presidente da Federação das Indústrias de Pernambuco (Fiepe), Renato Cunha, destacou, ontem, o protagonismo que o etanol vem assumindo na geração de energia limpa no país. Cunha abriu, com uma palestra, na manhã de ontem, o 24º Seminário Regional Sobre Cana-de-Açúcar, que vai até amanhã e está sendo realizado na Associação dos Fornecedores de Cana de Pernambuco, no Recife. A palestra foi coordenada pelo presidente do Grupo EQM, do qual a Folha de Pernambuco faz parte, Eduardo de Queiroz Monteiro.
Combustível verde
De acordo com Renato Cunha, o hidrogênio já é considerado o combustível do futuro, mas o etanol não fica atrás. Ambos podem conceder ao país um papel de protagonismo na luta por um combustível verde. O empresário explicou que dentre as fontes de hidrogênio existentes hoje no mundo está a reforma eletroquímica, técnica usada na produção de hidrogênio a partir da oxidação de álcoois e quebra das moléculas de água.
Renato Cunha, citando uma matéria sobre o assunto, disse que essa novidade, que passou a ser usada de forma sistemática no mundo há cerca de dois anos, está sendo empregada no projeto Uso eficiente de etanol para produção de hidrogênio e eletricidade, financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) junto com a Shell.
“Vejam que o etanol está sempre presente em fontes limpas e consistentes de energia. Ele está proliferado, difuso. Em tudo que surge hoje, a presença do etanol bastante compreendida na academia, pelas montadoras, pelas fábricas, que fazem os motores e usam a necessidade de usar os combustíveis limpos”, acrescentou.
Automóveis híbridos
A importância do etanol nesse cenário é explicada por Cunha também a partir dos investimentos que vêm sendo feitos pela montadora Stellantis, que não apostará no carro totalmente elétrico (BEV) como principal solução para a descarbonização. No Brasil, que tem o etanol como um dos principais combustíveis, a aposta da montadora é no carro híbrido abastecido com o derivado da cana-de-açúcar.
“Dessa forma, o Brasil, que é o maior mercado da América do Sul, vai liderar o projeto biolétrico com veículos híbridos que usam bateria aliada a motor com combustão alimentado por etanol. Quer dizer, o etanol também já está nos automóveis híbridos, já é uma realidade”, acrescentou.
Coordenador da palestra, Eduardo de Queiroz Monteiro elogiou o presidente do Sindaçúcar-PE pelos dados trazidos ao evento e parabenizou a Sociedade dos Técnicos Açucareiros e Alcooleiros do Brasil (Stab) Regional Setentrional pela iniciativa. “Estamos aqui com a academia, com os produtores, seguros que vamos encontrar aqui caminhos, estradas e avenidas para que a gente possa continuar na luta do nosso setor”, pontuou.