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BRASIL

"Eu sou um voto de nove'" diz presidente do Banco Central sobre a taxa básica de juros

Campos Neto falou da indicação de Galípolo ao BC

Campos NetoCampos Neto - Foto: Pedro França/Ag. Senado

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, comentou na noite dessa sexta-feira (12) a indicação de Gabriel Galípolo à cúpula da autarquia como parte da “regra do jogo”. Em entrevista à CNN Brasil, ele ressaltou a autonomia de cada diretor do BC e lembrou que é “um voto de nove”, na decisão sobre juros.

— As regras do jogo são essas, vai vir um diretor ou mais de um diretor que têm opiniões diferentes. O que precisamos melhorar no Brasil é saber conviver com as regras ao invés de mudar as regras — diz Campos Neto, no programa “Caminhos com Abilio Diniz”.

Galípolo deixará o cargo de secretário-executivo do Ministério da Fazenda para assumir a diretoria de política monetária do Banco Central, se aprovado pelo Senado. A expectativa é pela aprovação. Nesta última sexta-feira, ele também foi eleito para presidir o Conselho de Administração do Banco do Brasil.

O número 2 da Fazenda faz parte da primeira leva de indicados de Lula ao BC, ao lado do servidor de carreira Ailton Aquino dos Santos, que deve ocupar a diretoria de Fiscalização.

Além do presidente, o BC conta com nove diretores e todos têm voto individual no Comitê de Política Monetária (Copom), que decide a taxa básica de juros a cada 45 dias.

O patamar elevado de juros - em 13,75% ao ano desde agosto de 2022 - tem motivado sucessivas críticas diretas do presidente Lula e integrantes do governo, em função do efeito restritivo da política monetária na economia brasileira. As críticas, contudo, estão individualizadas à figura de Campos Neto:

— Tenho oito diretores que foram nomeados pelo Senado e têm liberdade de opinião. Eu sou um voto de 9 e eu acho que a personificação atrapalha muito esse ganho institucional que a gente está tentando fazer — pontuou Campos.

As decisões sobre a taxa Selic estão seguindo uma trajetória de unanimidade. Ou seja, nove diretores e o presidente votando na mesma linha. A exceção mais recente foi em setembro do ano passado, quando os diretores Fernanda Guardado (Assuntos Internacionais) e Renato Gomes (Sistema Financeiro) votaram pela elevação de 0,25 pontos percentuais, enquanto a maioria decidiu pela manutenção da taxa de 13,75%, na época.

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