EUA inclui gigante da tecnologia Tencent na lista de 'empresas militares chinesas'
Fabricante chinês de baterias CATL também foi adicionado à lista, que serve como um alerta a companhias americanas
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O governo dos EUA classificou a Tencent, gigante de tecnologia, como uma empresa militar chinesa operando nos Estados Unidos. A classificação se refere a companhias que o governo americano diz que trabalham direta ou indiretamente com o Exército de Libertação Popular ou que contribuem significantemente para a base industrial da China.
Essa é a mais recente ação em uma série de medidas de retaliação que vêm crescendo entre as duas potências mundiais.
As ações da Tencent nos EUA caíram quase 10% após a decisão do Departamento de Defesa, que também mirou empresas chinesas de baterias, drones e transporte marítimo.
O Pentágono atualiza anualmente uma lista que designa como "empresas militares chinesas", considerando que elas possuem tecnologias tanto militares quanto comerciais. Agora, após a atualização, há 134 empresas na lista, que foi publicada no Federal Register, o Diário Oficial do país.
Foram incluídas, além da Tencent, a Contemporary Amperex Technology Company (conhecida como CATL), a China Overseas Shipping (a maior empresa de transporte marítimo da China e uma das maiores do mundo, conhecida como COSCO), a fabricante de chips Changxin Memory Technologies e a fabricante de drones Autel Robotics.
Adicionar a Tencent à lista foi "claramente um erro", disse uma porta-voz da empresa em um comunicado enviado por e-mail ao The New Yotk Times. "Não somos uma empresa ou fornecedora militar."
A companhia também afirmou que a inclusão na lista não teria impacto em seus negócios e que trabalharia com o Departamento de Defesa para resolver qualquer mal-entendido.
A designação é um alerta para as empresas nos Estados Unidos: trabalhar com companhias da lista pode resultar em exclusão de contratos futuros com o Pentágono.
Um porta-voz da CATL afirmou que a empresa "nunca se envolveu em qualquer negócio ou atividade relacionada a militares" e acrescentou que a classificação "não restringe a CATL de conduzir negócios com entidades fora do Departamento de Defesa e não deve ter impacto substancial adverso em nossos negócios". A CATL planeja contestar sua inclusão na lista negra e pode considerar ações legais.
Denúncia da China
A China denunciou nesta terça-feira o que chamou de "repressão injustificada" dos EUA contra suas empresas, após as novas inclusões na lista.
"A China é sempre firmemente contrária à repressão injustificada contra empresas chinesas e aos obstáculos ao desenvolvimento de alta qualidade" do país, declarou Guo Jiakun, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, em uma coletiva de imprensa.
"Pedimos aos Estados Unidos que corrijam imediatamente essas más práticas", insistiu Guo, avisando que a China "tomará as medidas necessárias para proteger os direitos das empresas chinesas".