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EUA indicam que automóveis de Canadá e México podem ter alívio em tarifas

Secretário de Comércio afirma que Trump está estudando setores que ficariam de fora da taxa de 25% anunciada na terça-feira

Howard LutnickHoward Lutnick - Foto: Kenny Holston/The New York Timespool/ POOL/ AFP

O presidente dos EUA, Donald Trump, deve anunciar mudanças nas tarifas de Canadá e México que entraram em vigor nessa terça-feira (4), com alívio potencial para automóveis e outros setores, afirmou o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick.

O secretário enfatizou que as medidas tarifárias estão relacioanadas ao esforço para coibir a entrada do opioide fentanil no país, com uma próxima e mais ampla leva de medidas tarifárias prevista para o próximo mês. Ele sugeriu que uma revisão mais ampla, prevista para 2 de abril, poderia incorporar bens que teriam alívio tarifário a partir desta quinta-feira.

"Vai haver tarifas, vamos deixar isso claro, mas o que ele está avaliando é quais setores desse mercado ele considera dar alívio até 2 de abril", disse Lutnick. "Acho que vai ficar mais ou menos no meio disso."

O anúncio será feito "esta tarde", disse ele. O governo considerará fornecer alívio reduzindo os níveis das tarifas para produtos específicos que estejam em conformidade com as regulamentações do acordo de livre comércio firmado pelos EUA com México e Canadá, o USMCA, que Trump negociou em seu primeiro mandato.

Montadoras em alta na Bolsa
Ele acrescentou que seu "entendimento" é de que as três grandes montadoras dos EUA — Ford Motor Co., General Motors e a marca Chrysler, da Stellantis NV — estão em conformidade com as regras do USMCA.

As ações das montadoras subiram após as declarações de Lutnick, com a GM subindo 4,6% às 10h05 em Nova York. A Ford subiu cerca de 3% e a Stellantis subiu mais de 7%.

Tarifas recíprocas podem levar até 2 meses
Quanto ao anúncio de 2 de abril sobre tarifas recíprocas com os parceiros comerciais dos EUA, Lutnick disse que algumas tarifas "podem entrar imediatamente, e algumas podem levar semanas ou um ou dois meses para entrarem em vigor."

Lutnick descartou os dados econômicos recentes que alguns analistas disseram refletir um impacto negativo na confiança dos negócios e dos consumidores devido às medidas comerciais e outras de Trump.

"Você está olhando para dados que são dados de Biden", disse ele. O ex-presidente Joe Biden deixou para Trump "uma economia ruim que ele está tentando consertar".

A indústria americana se aproximou da estagnação neste mês, com contração nos pedidos e no emprego, conforme mostrou um relatório do Instituto de Gestão de Suprimentos na segunda-feira. Depois que Lutnick falou, uma pesquisa informou que a contratação nas empresas dos EUA desacelerou em fevereiro para o ritmo mais lento desde julho.

Lutnick apontou para anúncios recentes de empresas como Apple e TSMC (Taiwan Semiconductor Manufacturing Co.) de investir bilhões de dólares nos EUA como sinais de que as políticas de Trump estão estimulando confiança, em vez de semear incerteza na comunidade empresarial.

"Você vê os investimentos, há trilhões de dólares de manufatura se mudando para os EUA, isso significa que a cavalaria está chegando", disse ele.

Lutnick também previu uma grande queda nos custos de empréstimos nos EUA à medida que a administração Trump corta os gastos federais. "As taxas de juros vão cair drasticamente", impulsionando o mercado imobiliário, disse ele. "Você vai ver — o maior mercado de ações e a maior economia nos Estados Unidos da América."

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