EUA nega 'conversa ativa' sobre compra de petróleo venezuelano
Governo Biden procura maneiras de aliviar a pressão sobre os preços do petróleo
A Casa Branca negou, nesta segunda-feira (14), que os Estados Unidos estejam discutindo a importação de petróleo da Venezuela, e descartou as especulações de que Washington possa buscar ajuda de Caracas para aliviar a escassez de oferta.
O governo de Joe Biden está procurando maneiras de aliviar a pressão sobre os preços do petróleo causada pela pandemia de Covid-19 e pela guerra desencadeada pela Rússia, um grande produtor de hidrocarbonetos, contra a Ucrânia.
Mas a Casa Branca descartou que a compra de petróleo da Venezuela seja uma opção atualmente debatida.
"Não é uma conversa ativa no momento", afirmou a porta-voz Jen Psaki em entrevista coletiva.
Os Estados Unidos e a Venezuela romperam relações diplomáticas há três anos, depois que o presidente Nicolás Maduro, no poder desde 2013, assumiu um segundo mandato após um processo eleitoral suspeito.
Washington então impôs uma série de sanções para forçar a saída de Maduro, incluindo um embargo de fato ao petróleo venezuelano que está em vigor desde abril de 2019.
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As especulações sobre uma possível retomada das relações entre os Estados Unidos e a Venezuela cresceram após a libertação em 8 de março de dois americanos detidos na Venezuela: Gustavo Cárdenas e Jorge Alberto Fernández.
Cárdenas é um dos chamados "Citgo 6", grupo de seis ex-executivos da subsidiária norte-americana da petrolífera estatal venezuelana PDVSA presos na Venezuela em 2017 acusados de corrupção. Fernández é um cubano-americano preso no início de 2021 no estado de Táchira (fronteira com a Colômbia) e acusado de "terrorismo".
Ambos foram libertados depois que altos funcionários dos EUA viajaram para Caracas no dia 5 de março, incluindo o assessor de Biden do Conselho de Segurança Nacional para as Américas, Juan González, o embaixador dos EUA na Venezuela (com sede em Bogotá), Jimmy Story, e o enviado especial presidencial para assuntos de reféns, Roger Carstens.
Psaki confirmou na semana passada as notícias da imprensa sobre o encontro com o governo Maduro e destacou que a questão da energia estava na mesa.
"O objetivo da viagem que os funcionários do governo fizeram foi discutir uma variedade de questões, incluindo segurança energética, certamente, mas também discutir a saúde e o bem-estar dos cidadãos americanos detidos", declarou Psaki a repórteres.