Europa terá que redobrar esforços para evitar escassez de gás em 2023, alerta AIE
Cenário de crise energética possui relação com a guerra na Ucrânia
No caso de uma interrupção total do fornecimento de gás russo, a União Europeia terá que continuar seus esforços para reduzir ainda mais suas necessidades e evitar ficar sem gás no inverno de 2023/24, alertou a Agência Internacional de Energia (AIE) em um relatório nesta segunda-feira (12).
A lacuna entre oferta e demanda "pode chegar a 27 bilhões de m³ até 2023 em um cenário em que as entregas de gás da Rússia caiam para zero e as importações de GNL [gás natural liquefeito] da China se recuperem para os níveis de 2021", segundo o relatório.
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O número de 27 bilhões de m³ equivale aproximadamente a 6,5% do consumo anual da UE em 2021, que ficou em 412 bilhões de m3, o mais alto desde 2011, segundo dados da Eurostat.
Em 2022, poderia alcançar os 360 bilhões de m³, segundo dados citados pela AIE.
"A União Europeia avançou muito na redução de sua dependência do gás russo, mas ainda não está fora de perigo", declarou nesta segunda-feira o diretor executivo da AIE, Fatih Birol.
Nos anos anteriores à guerra da Ucrânia, o preço de referência do gás no mercado europeu rondava os 20 euros (um valor semelhante em dólares) por megawatt/hora. Este ano subiu para 300 euros, antes de voltar a cair para 100 euros.