Evento do iFood avalia impacto do delivery nos restaurantes de Pernambuco e discute regulamentação
Plataforma tem onze mil estabelecimentos do Estado entre as empresas parceiras
As pequenas empresas cadastradas no iFood contratam, em média, 10% a mais do que as que não estão no aplicativo. Este foi um dos dados apresentados no encontro promovido pelo iFood, em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação do Recife e Abrasel/PE, que discutiu o impacto do delivery nos restaurantes do Estado cadastrados na plataforma.
De acordo com os números apresentados pelo levantamento realizado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), a plataforma de delivery emprega 31 mil pessoas no Estado, com mais de onze mil estabelecimentos cadastrados em mais de 69 cidades.
Na região Nordeste, mais de 56 mil estabelecimentos estão ativos no aplicativo.
Outro dado divulgado pelo iFood aponta que, em Pernambuco, 60% dos restaurantes funcionam somente por delivery. Em todo o Brasil, de 60% a 70% dos restaurantes não usam a logística do iFood, porque já possuem sistema de entrega próprio.
Participaram do evento, na sede do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas em Pernambuco (Sebrae/PE), na Ilha do Retiro, o head de Políticas Públicas do iFood, Guilherme Paiva; a secretária de Desenvolvimento Econômico do Recife, Joana Portela; os deputados federais Augusto Coutinho (Republicanos) e Lucas Ramos (PSB); e o gerente do Sebrae para a Região Metropolitana do Recife, Leonardo Caroline.
“A ideia aqui é a gente fazer uma conexão entre o aplicativo, o negócio do iFood e o empreendedorismo local. Por exemplo, a gente tem mais de oito mil restaurantes na plataforma em Pernambuco, dos quais sete mil são MEIs (microempreendedores individuais). São pequenos negócios, microempresários que estão usando a plataforma para expandir os seus negócios, fazer mais entregas, melhorar a eficiência. Outra ideia desse evento é fazer uma conversa sobre o negócio”, explicou Guilherme Paiva.
Expansão
O potencial de expansão dos negócios foi um dos focos do evento, que apresentou painéis temáticos em que foram repassadas dicas e técnicas de melhorias das vendas, da logística e do empreendedorismo, de forma geral. O gerente do Sebrae para a Região Metropolitana do Recife, Leonardo Caroline, ressaltou que a instituição ajuda os empreendedores oferecendo formação.
“Para estar dentro da plataforma, precisa saber performar, saber se destacar, ter um produto de qualidade, cuidado na entrega para que possa fidelizar o cliente e vender ainda mais. O grande trabalho do Sebrae é qualificar esse empreendedor para que ele possa crescer dentro da plataforma”, afirmou o gerente.
Dono da Cowtelo Burguer, que possui duas lojas no Recife, o empreendedor Gabriel Alves ressaltou que iniciou a parceria com o iFood há quatro anos e, desde então, tem buscado adquirir mais conhecimento para alavancar as vendas na plataforma.
“É um mercado em que a tendência é crescer. A previsão é que, até 2026, o delivery passe 100% o consumo presencial. A gente precisa estar sempre dedicando atenção, energia e investimentos para esse mercado”, pontuou.
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Regulamentação
No primeiro painel, com participação dos deputados Augusto Coutinho e Lucas Ramos, foi discutida a atual proposta de regulamentação dos aplicativos de transporte, que tramita na Câmara dos Deputados e que, segundo os parlamentares, servirá de base à regulamentação do delivery por aplicativo.
Presidente da Frente Parlamentar Mista das Micro e Pequenas Empresas, Coutinho também é o relator do Projeto de Lei Complementar dos apps de transporte, que foi retirado da pauta da Câmara dos Deputados durante as eleições municipais, segundo ele, por estar sendo politizado. O deputado também defende a regulamentação dos aplicativos de delivery, com a instituição de amparo ao entregador, mas sem que isso signifique a criação de vínculo empregatício.
“É um grande desafio. Existe, é real, incrementa à economia, gera muitos empregos, mas a gente não tem regulamentado, e amanhã qualquer decisão judicial pode parar isso. É importante que a gente regulamente para dar estabilidade ao trabalhador, responsabilidades às plataformas e segurança aos consumidores”, ressaltou.
Ainda de acordo com o parlamentar, muitas vezes o trabalhador atua em mais de uma plataforma, mas se se cria vínculo empregatício, isso não subsiste. Para Coutinho, a legislação precisa garantir amparo social ao entregador, dar segurança na relação com a plataforma.
Já o deputado Lucas Ramos enfatizou que a legislação que está sendo discutida para aplicativos de transporte vai trazer a base necessária para o debate sobre a regulamentação das entregas.
“O que nós queremos é entender como esses profissionais do iFood e outras empresas atuam na entrega com bicicletas, motos, e proporcionarmos um ambiente seguro para que possam exercer sua função, tenham cobertura social, acesso a serviços públicos”, acrescentou
Entre os direitos que devem ser garantidos e foram citados pelo parlamentar está o de previdência. “E que o Sistema Único de Saúde (SUS) possa receber contribuição para garantir atendimento de qualidade e, sobretudo, dar condições da seguridade social de abraçar esses profissionais, mulheres gestantes, com licença-maternidade, ou acidentados de terem o pagamento da indenização garantida”, expôs Lucas Ramos.
Benefícios
O iFood promove diversas iniciativas para os entregadores, como o programa Meu Diploma de Ensino Médio, a Central de Apoio Jurídico e Psicológico e a adoção de Pontos de Apoio.
Para os entregadores, também são disponibilizadas ações que visam o bem-estar em várias frentes, como seguros pessoais (Seguro Acidentes, Auxílio Família e coberturas exclusivas para entregadoras mulheres) e assistência à saúde.
Segundo a empresa, todos os profissionais ativos no app do iFood estão cobertos em caso de acidentes pessoais.